21 fevereiro 2008

NOTA DE DEZ MILHÕES


O governo do Zimbabwe emitiu recentemente uma nova nota. A notícia não seria notícia se a nota em questão não tivesse o extraordinário valor nominal de 10 milhões de dólares do Zimbabwe. Sim, leu bem, dez milhões. E o que é que se compra com 10 milhões de dólares do Zimbabwe (Z dólares)? Nem sequer um hamburguer, que custa a módica soma de 15 milhões de Z dólares. Mas há outra curiosidade. Se reparar bem na imagem, verá que o Zimbabwe introduziu a particularidade da emissão de notas que se extinguem passado algum tempo. Na nota em questão, se o orgulhoso portador da nota dos 10 milhões quiser usufruir do seu pequeníssimo poder de compra terá que o fazer até 30 de Junho. Depois dessa data, a nota não vale nada. Pode deitá-la fora. Pode queimá-la. Pode até utilizá-la como papel de parede. Para comprar coisas é que não.
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E porque é que as notas têm um valor nominal tão elevado no Zimbabwe? Por causa da subida desmesurada dos preços, por causa da inflação, que já atingiu os 100,000% ao ano (cem mil por cento). É quase inamiginável, mas nem sequer é um recorde, o qual pertence à Hungria (em 1956) e à Alemanha (em 1923), que tiveram inflações na ordem dos triliões por cento ao ano. Sim, triliões.
Como o Mitos refere, é bem mais fácil destruir uma economia do que construi-la. E com um ditador como Mugabe é meio caminho andado para atingir o primeiro objectivo.

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