15 fevereiro 2008

AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES (4)

De uma forma geral, concordo quase plenamente com os comentários dos leitores sobre as avaliações dos professores. Primeiro, para mim é óbvio que os alunos têm que ter um papel preponderante em toda e qualquer avaliação dos professores. Tal como o leitor, sempre fui avaliado pelos alunos onde ensinei e sempre beneficiei da justeza das suas observações. É claro que nem todos os alunos são justos ou parciais nas suas avaliações. No entanto, em média, os alunos conseguem diferenciar entre boas e más aulas e bons e maus professores. Por isso, como parte interessada que são, é fundamental dar voz aos alunos na avaliação dos professores.
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Dito isto, concordo também com o Rolando Almeida que os exames nacionais são fundamentais para avaliarmos quer os alunos quer os próprios professores. Tal medida parece-me acertada e óbvia. Igualmente, é preciso também ter em linha de conta que, para além do mérito do ensino, as avaliações dos professores são muitas vezes função das próprias cadeiras ou disciplinas que se ensinam. Pessoalmente, não me é indiferente dar uma cadeira de Desenvolvimento Económico (que adoro) ou de Microeconomia (que não é das minhas favoritas). E quase sempre as notas dos meus alunos reflectem isso mesmo, as minhas próprias preferências.
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Por outro lado, como referi no meu post e como defendem esses leitores, a proposta de avaliar os professores com base nas notas dos alunos é uma perverção completa dos incentivos dos professores. Basear parte das avaliações dos professores nos resultados dos seus alunos nos exames nacionais é uma coisa, utilizar as notas dos alunos é outra completamente diferente. Se for assim, que incentivo tem um(a) professor(a) para dar uma má nota? Nenhum ou praticamente nenhum. E quem sofre com isso são os alunos e a qualidade da nossa educação.

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