A remodelação mais esperada do ano aconteceu. O governo muda de caras. Correia de Campos foi substituído por Ana Jorge no Ministério da Saúde e Isabel Pires de Lima dá lugar a José António Pinto Ribeiro na Cultura. Se a ex-ministra da Cultura já há muito tempo que era acossada pelas críticas, Correia de Campos nunca conseguiu ser popular. É sempre assim quem tenta reformar, quem tenta enfrentar interesses instalados. Correia de Campos errou, sim senhor. Mas não necessariamente nas reformas que tentou (e conseguiu) implementar. Errou na forma como o tentou fazer. Errou pela sua falta de charme. Errou por não conseguir perceber que este tipo de reformas só é viável se as mesmas forem explicadas às populações, se os governantes não forem completamente autistas às críticas que se lhes fazem. Errou ainda por não entender que reformas radicais só são possíveis quando acompanhadas por uma cuidadosa campanha de marketing. Ora, nada disto foi feito e o resultado está aí. O ministro está na rua. Esperemos que o mesmo não aconteça às reformas, pelo menos algumas delas.
Mesmo assim, de certa forma, esta mini-remodelação é uma oportunidade perdida. Não vai longe o suficiente. Para quê deixar de fora os ministros Manuel Pinho e Mário Lino ("eu?, jamais, jamais")? Porquê não levar a cabo uma reorganização do governo mais profunda? Penso que a única resposta possível para estas perguntas é que o Primeiro-Ministro decidiu esperar algum tempo, provavelmente até ao Verão, para o fazer. Só então é que a remodelação do governo ficará completa.
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