07 fevereiro 2008

INTERIORIDADE

O governo anunciou hoje algumas medidas do combate à chamada interioridade. Ainda não se conhecem todos os pormenores do pacote de medidas, mas parece que estão incluídas algumas benesses fiscais para as regiões interiores. Acho bem, principalmente se também for concedida uma maior autonomia fiscal a essas regiões. Mais do que uma regionalização burocratizante, acima de tudo é essencial dar às regiões interiores mais apoios financeiros e maior autonomia fiscal. Isto é, urge dar às regiões interiores os incentivos necessários para que estas decidam por si próprias as formas mais adequadas de se desenvolverem e de atrairem gente para estas zonas do país.
O que admira nisto tudo não é o novo pacote de medidas governamental. O que me espanta é que se tenha demorado tanto tempo para avançar com este tipo de políticas. O governo já está no poder há três anos. José Sócrates é originário do interior do país. Porque é que foi preciso esperar três anos para que o primeiro-ministro se tenha lembrado das suas origens? Se fosse cínico pensaria que foram precisas as recentes notícias do PUBLICO para avivar a memória do primeiro-ministro (e do seu governo) sobre os problemas do interior. Mas não sou. Claro que tudo não passa de uma enorme coincidência.

3 comentários:

Gi disse...

Apoios financeiros e autonomia fiscal parecem-me bem, mas o encerramento das urgências, maternidades e escolas são sinais de sentido contrário.

Alvaro Santos Pereira disse...

Gi,
Tem toda a razão. Sem dúvida que o interior fica menos atractivo sem as escolas e maternidades. Mesmo assim, era inevitável que algumas escolas fechassem as suas portas. Há partes do interior em que simplesmente não existem alunos suficientes para justificar a manutenção dessas escolas. Claro que esse raciocínio não se aplica em relação a algumas maternidades e urgências...

Gi disse...

Álvaro, eu acredito que algumas maternidades e urgências também não se justifiquem pela quantidade de atendimentos, mas é preciso, antes de as fechar, dar alternativas razoáveis às populações.
Viver numa aldeia a 30km de uma cidade com urgência não quer dizer que se leve 15 minutos a chegar à dita cidade, e isso que vive em Lisboa às vezes esquece.