Mais um dia, mais três vitórias para Obama e para McCain. O último é cada vez mais o candidato dos Republicanos. Huckabee bem tenta, mas McCain continua com uma vantagem demasiado confortável para temer qualquer reviravolta de última hora.
No campo Democrata as coisas também começam a ficar mais definidas. Obama já tem mais delegados do que Clinton e o tão crucial "momentum" está definitivamente do seu lado.
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De facto, Obama ganhou e ganhou em grande. Big. Really Big. Na Virgínia teve mais votos do que a soma de todos os candidatos Republicanos. Ganhou em todos os grupos etários, empatou nos eleitores brancos e ganhou em todos os restantes grupos. Em Washington DC, venceu com 75% (!) dos votos dos Democratas e mesmo em Maryland teve 60% dos votos Democratas. Depois das vitórias no Maine, Nebraska, nas Ilhas Virgens e no estado de Washington, o comboio Obama parece cada vez mais imparável. Pode ainda não ser um TGV (e ainda bem, digo eu), mas o comboio Obama ganha cada vez mais velocidade. Se ganhar em Wisconsin e no Hawaii na próxima semana, será certamente o favorito para ganhar no Texas e em Ohio a 4 de Março.
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Hillary Clinton bem tenta desvalorizar as vitórias de Obama. A última justificação da campanha de Clinton passou por argumentar que Obama só está a ganhar em estados pequenos e que a senadora de Nova Iorque vai-se concentrar no Texas e em Ohio. Parece-me estranha esta opção. Afinal, será que Hillary não aprendeu nada com o tremendo falhanço da campanha de Giuliani? (Giuliani que se concentrou somente na Florida e ignorou os estados mais pequenos, perdendo irremediavelmente a atenção dos media e dos eleitores do resto do país). Com efeito, esta parece-me uma estratégia condenada ao fracasso. Alías, já se nota. Depois da directora da campanha, chegou a vez da sub-directora se demitir.
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E se olharmos para trás, quando se fizer a história desta campanha, daremos conta que o comboio Obama começou a ganhar velocidade após um erro estratégico dos Clinton. Quando Hillary parecia imbatível, eis que Bill surge no terreno a tentar denegrir Obama, acusando-o de ser um candidato afro-americano para os afro-americanos. A compará-lo (a reduzi-lo) com Jessie Jackson. Um disparate. E um erro. Um erro que poderá e deverá sair demasiado caro. Claro que nada disto retira mérito a Obama. Obama é diferente. Obama transcende raças e culturas. Obama é o candidato mais carismático pelo menos desde os tempos de Reagan. E isso diz muito deste afro-americano, filho de um emigrante queniano.
Depois do desastre que foi a presidência Bush, Obama poderá ser o paliativo necessário para a América curar as suas feridas, internas e externas. Esperemos que sim. Logo veremos.
2 comentários:
Sim, realmente tem carisma. Mas nem e' um afro-americano puro. Nunca compreendi esta coisa das pessoas terem tanto sangue preto como branco e no entanto identificam-se mais com um dos lados. Alias, por vezes ate' sendo menos do que 50% "africanos" identificam-se mais com esse grupo do que com o da maioria. Enfim... A bem dizer, todos somos africanos. E podemos ate' saber de que parte de Africa viemos, pois pagando pouco mais de $100 (The Genographic Project, ver a pagina do National Geographic), pode-se saber as migracoes dos nossos antepassados distantes.
Excelente sugestão. Lembro-me do documentário da PBS e era óptimo, assim como o livro.
Obrigado
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