03 fevereiro 2008

AS PRECIPITAÇÕES DA PJ

O director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, admitiu que terá havido "precipitação" em constituir arguidos Gerry e Kate McCann, por suspeita da morte da filha. Se é assim, só existe uma palavra para definir o sucedido: lamentável. Percebe-se que a PJ e toda a investigação tivessem sob grande pressão devido a toda a cobertura mediática que rodeava o caso. Mas é exactamente por este motivo que devia ter havido tudo menos precipitação. Era (e é) o bom-nome da justiça portuguesa que estava em causa. Era (e é) a reputação de Portugal que estava em cima da mesa. Fora de Portugal, sempre houve a desconfiança que a justiça portuguesa não estava à altura de um caso deste nível. Que havia incompetência na polícia portuguesa. Que os investigadores não estavam a seguir todos os procedimentos correctos nestas situações. As notícias e os debates sobre a polícia portuguesa e o facto dos pais da menina terem sido constituídos arguidos correram mundo. Só para dar uma ideia, até o próprio Larry King da CNN (o patriarca dos talk shows americanos) debateu a questão. Perante esta cobertura mediática sem precedentes, tudo o que se pedia era bom senso. Tudo o que se exigia era não haver precipitação. Exactamente o contrário do que aconteceu.

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