Aí estão os primeiros resultados das Primárias americanas. Barak Obama e Mike Huckabee são os claros vencedores. Para Huckabee a vitória foi maior do que o esperado, mas Iowa é Iowa (um estado muito conservador) e veremos se este evangélico consegue o mesmo feito nas primárias que se seguem.
Obama é uma daquelas histórias que nos faz acreditar na humanidade. Afro-americano, filho de um imigrante queniano, surgiu de rompante em 2004 como a estrela emergente dos Democratas, quando ganhou um lugar no Senado. Extremamente articulado e cativante, Obama poderá ser para a América actual o que Kennedy representou nos anos 60. Um catalizador de mudança. Mesmo que não ganhe a nomeação dos Democratas, o que já alcançou é muito substancial e significativo.
A contundente vitória de Obama é ainda mais notável, porque teve lugar num estado conservador em que 95 por cento dos votantes são brancos. A grande perdedora da noite foi Hillary Clinton. Para ela, a próximas primárias são verdadeiramente cruciais.
Por último, vale a pena lembrar o quão distante a Europa está dos Estados Unidos a nível da integração racial e dos imigrantes. Nós, europeus, temos a mania que somos melhores e mais avançados do que os americanos. Supostamente, temos mais cultura (o que quer que isso represente), um maior respeito pelos direitos humanos (não temos a pena de morte) e somos mais avançados a nível da protecção social. No entanto, alguém realmente acredita que um negro, filho de imigrantes, poderia concorrer com sucesso à presidência ou ao governo de um qualquer país europeu? Por mais que isso custe admitir a muitos entre nós, a América ainda continua a dar muitas lições de moral à velha Europa.
1 comentário:
Concordo com a sua opinião acerca de um Presidente negro. Parece-me complicado, se bem que ainda não houvesse nenhum candidato sério, desde que eu me lembro. No entanto, a Europa já teve e tem mulheres no poder, coisa que os Estados Unidos ainda não tiveram. Será que os Americanos são mais machistas? Não me parece, mas também não me parece que a Europa seja mais racista.
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