10 janeiro 2008

TEMOS AEROPORTO... QUASE...

Finalmente uma decisão sobre o novo aeroporto. Afinal, sempre é em Alcochete. Era inevitável, pelo menos após o estudo do LNCE. Por mais que o ministro das Obras Públicas teimasse pela Ota ("jamais, jamais"), por mais que esteja contrariado, a verdade é que não havia volta a dar. Segundo os números do LNEC divulgados pelo PUBLICO, a diferença entre a Ota e Alcochete eram 200 milhões de euros. 200 milhões. Quase 0.2% do PIB nacional. Quase 0.2% de tudo o que produzimos todos os anos. São muitas escolas, muitos centros de saúde abertos, muitos funcionários públicos reformados. Como é que o governo iria justificar a Ota? Uma tal loucura era suficiente para perder as eleições. E, assim, Alcochete foi. E ainda bem. Era provavelmente preferível a Portela mais Alcochete, mas as verbas a arrecadar com a venda da Portela falaram mais alto. Os interesses imobiliários falaram mais alto.
No entanto, dever-se-iam retirar ilações políticas de toda esta polémica. Em primeiro lugar, se tivesse o mínimo de orgulho próprio, o ministro Mário Lino deveria demitir-se ("eu?, jamais, jamais") pela forma como (des)geriu este processo. Em segundo lugar, toda esta polémica e todo o folclore dos últimos anos teriam sido evitados se fizessemos o que os países mais desenvolvidos sempre fazem: planear. O estudo do LNEC deveria ter sido o ponto de partida e não o lugar de chegada do novo aeroporto internacional. Prevenir e planear antes de executar (ou vir para a praça pública defender posições que se vêm a revelar mais caras, irrazoáveis e insustentadas) é sempre a melhor opção. Um país prevenido vale sempre por dois. Ou, pelo menos por um + 1.

2 comentários:

Marco Bento disse...

Também estou contente por a decisão ter recaído em Alcochete. No entanto, os custos não são muito menores, isto se falarmos em custos directos, pois com os outros custos associados (ponte Chelas-Barreiro e desvio TGV) a obra fica no geral mais cara.

No entanto penso que o principal benefício do novo aeroporto em Alcochete, tem a meu ver com o facto de se poder expandir facilmente, não se limitando às 2 pequenas pistas que limitava a infraestrutura na OTA.

Estar a investir em algo que ao fim de alguns anos fica limitado em termos de expansão, é manifestamente errado.

Hoje ouvi com agrado, alguém de Badajoz a congratular-se com esta a escolha, pois este passará a ser o aeroporto mais próximo dessa cidade, pois Sevilha e Madrid distam mais quilómetros. Para além disso terá voos que não há em Sevilha. Por isso penso que este é um investimento que trará concerteza retorno. Só espero que avancem com o TGV, para tornar mais rápido o acesso dos espanhóis ao novo aeroporto.

Apesar de estar contente com a opção Alcochete, penso que se deveria ter estudado mais profundamente a opção Portela + 1 (Montijo ou Tires), pois se calhar aí estaria também uma boa solução. Apesar de dizerem que não é económicamente viável a proximidade de 2 aeroportos, o que é certo é que muitas capitais europeias são contempladas com 2 aeroportos e não consta que seja prejudicial.

Alvaro Santos Pereira disse...

Concordo completamente com o leitor MB. Apesar de Alcochete ter sido, pelo que parece, uma boa opção, penso que o governo deveria ter dado mais atenção à possibilidade Portela +1. Outros interesses se levantaram...