Como este é um ano de (muitas) eleições, esta é uma boa altura para fazermos contas aos últimos anos e verificarmos o trabalho levado a cabo por aqueles(as) que nos representam. Neste sentido, uma das facetas do trabalho dos nossos eleitos deveria ser a comunicação dos seus trabalhos ao público em geral, bem como a utilização das novas tecnologias para que haja maior transparência e abertura dos diversos orgãos políticos. Para além do mais, num país onde se tenta avançar com um Plano Tecnológico, quem melhor que os mais altos responsáveis dos cargos públicos para darem o exemplo e serem os pioneiros na utilização dos novos meios de comunicação? Por isso, vale a pena dar analisar os números da adopção das novas tecnologias junto dos nossos principais orgãos políticos.
Comecemos primeiro com o E-government Survey 2008, das Nações Unidas, que compara a adopção das novas tecnologias através de um ranking de 191 países. Nesse ranking, em 2008, Portugal encontrava-se na 31ª posição, atrás de países europeus como a Suécia, a Dinamarca, a Holanda, a França, o Reino Unido, a Estónia, o Luxemburgo, a Finlândia, a Austria, a Irlanda, a Espanha, a Alemanha, a Bélgica, a República Checa, a Eslovénia, a Itália, a Lituânia, Malta, e a Hungria. Ou seja, estávamos em 20º lugar entre os 27 da União Europeia. Bem sei que estes números têm vindo a melhorar e que até a OCDE já elogiou o trabalho deste governo em relação à adopção das novas tecnologias pelo Estado português, mas, sem dúvida, ainda há muito a fazer.
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Porém, talvez os números do governo não sejam totalmente indicativos. Vejamos assim a nossa Assembleia da República, que recentemente foi remodelada por forma a que os nossos deputados tivessem algumas das mais avançadas tecnologias. É de assinalar que o site da AR dispõe de diversas informações onde os eleitores podem verificar a assiduidade e o trabalho dos diversos deputados. Por outro lado, a verdade é que as novas tecnologias ainda não são muito utilizadas pelos nossos deputados para comunicarem ao público em geral.
Quantos deputados estão online e têm páginas pessoais? 27... em 230... Em termos relativos, e por partidos, o Bloco de Esquerda é, de longe, o partido que mais faz para mostrar a adesão às novas tecnologias. O BE tem 8 deputados com páginas pessoais. O PS tem 14 deputados online, o PSD somente 5, o PCP zero, e o CDS zero. Quantos blogs existem dos nossos deputados? 9, dos quais somente 3 ou 4 estão ligeiramente activos.
Pouco. Muito pouco. Muito pouco mesmo. Principalmente para um país com um Plano Tecnológico, que serviu de bandeira eleitoral nas últimas eleições legislativas.
Ora, numa altura em que os políticos se esforçam para mostrar a sua relevância, numa altura quando os partidos tentam cativar os jovens cada vez mais desinteressados, numa altura quando os portugueses estão cada vez mais descrentes, não seria uma boa ideia que o Parlamento tentasse aumentar a sua visibilidade? Numa altura que os portugueses se preocupam crescentemente com os badalados casos de corrupção, não seria uma boa ideia aumentar a transparência do nosso principal orgão legislativo? Não seria boa ideia fomentar um diálogo maior entre os eleitos e os eleitores?
Comecemos primeiro com o E-government Survey 2008, das Nações Unidas, que compara a adopção das novas tecnologias através de um ranking de 191 países. Nesse ranking, em 2008, Portugal encontrava-se na 31ª posição, atrás de países europeus como a Suécia, a Dinamarca, a Holanda, a França, o Reino Unido, a Estónia, o Luxemburgo, a Finlândia, a Austria, a Irlanda, a Espanha, a Alemanha, a Bélgica, a República Checa, a Eslovénia, a Itália, a Lituânia, Malta, e a Hungria. Ou seja, estávamos em 20º lugar entre os 27 da União Europeia. Bem sei que estes números têm vindo a melhorar e que até a OCDE já elogiou o trabalho deste governo em relação à adopção das novas tecnologias pelo Estado português, mas, sem dúvida, ainda há muito a fazer.
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Porém, talvez os números do governo não sejam totalmente indicativos. Vejamos assim a nossa Assembleia da República, que recentemente foi remodelada por forma a que os nossos deputados tivessem algumas das mais avançadas tecnologias. É de assinalar que o site da AR dispõe de diversas informações onde os eleitores podem verificar a assiduidade e o trabalho dos diversos deputados. Por outro lado, a verdade é que as novas tecnologias ainda não são muito utilizadas pelos nossos deputados para comunicarem ao público em geral.
Quantos deputados estão online e têm páginas pessoais? 27... em 230... Em termos relativos, e por partidos, o Bloco de Esquerda é, de longe, o partido que mais faz para mostrar a adesão às novas tecnologias. O BE tem 8 deputados com páginas pessoais. O PS tem 14 deputados online, o PSD somente 5, o PCP zero, e o CDS zero. Quantos blogs existem dos nossos deputados? 9, dos quais somente 3 ou 4 estão ligeiramente activos.
Pouco. Muito pouco. Muito pouco mesmo. Principalmente para um país com um Plano Tecnológico, que serviu de bandeira eleitoral nas últimas eleições legislativas.
Ora, numa altura em que os políticos se esforçam para mostrar a sua relevância, numa altura quando os partidos tentam cativar os jovens cada vez mais desinteressados, numa altura quando os portugueses estão cada vez mais descrentes, não seria uma boa ideia que o Parlamento tentasse aumentar a sua visibilidade? Numa altura que os portugueses se preocupam crescentemente com os badalados casos de corrupção, não seria uma boa ideia aumentar a transparência do nosso principal orgão legislativo? Não seria boa ideia fomentar um diálogo maior entre os eleitos e os eleitores?
4 comentários:
Penso, não só de agora, que o nosso Parlamento devia ter no máximo 99 deputados. Todos do melhor, com muita capacidade, e serem todos activos. Talvez tudo fosse mais transparente!Assim estas "tantas" tecnologias, só por si, poucos efeitos irão ter!
Para mais, está visto quão eficazes as tecnologias de informação podem ser dada a vitória de Barack Obama. Os portugueses de vez em quando conseguem ser míopes ao mesmo tempo que tentam ser progressivos.
Não sei se será uma questão de miopes!!! Penso que há uma necessidade de mudar atitudes/comportamentos! O Álvaro apontou isso no seu ultimo livro. Temos que mudar! Temos que agir diferentemente! O passado serve como ensinamento, mas o futuro é que tem que ser a meta, não cometendo erros passados!
Augusto e Alfred
Também concordo que podíamos diminuir o número de deputados. O problema é que os partidos mais pequenos não concordam e prometem opor-se seriamente contra esta medida. Mesmo assim, a reforma poderia ser feita. Claramente o que falta é vontade política para o fazer
Abraço
Alvaro
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