Tenho poucas dúvidas que 2011 será um ano marcante para Portugal. Não, não é só a vinda do FMI (e o recurso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira) que está em causa. É mesmo porque acho que este será o ano em que finalmente iremos começar a dar a volta à triste situação actual e em que se irão travar, de uma vez por todas, as irresponsabilidades dos últimos anos. Não, não é optimismo excessivo ou exagerado, pois sinceramente acho que os próximos tempos serão difíceis, muito difíceis mesmo. O que eu acho é que nos próximos meses iremos assistir a uma inversão radical do curso seguido nos últimos anos. E essa inversão de curso vai ser feita, quer gostemos quer não. Não há alternativa. (Ou pelo menos, as alternativas têm consequências ainda mais gravosas para a economia nacional).
3 comentários:
Por acaso até há alternativa. Não é que eu concorde com ela ou com elas mas apresentar as coisas desse modo não me parece correcto. Não se deve misturar economia pura com política e ideologia.
Caro António Parente,
Obrigado pelo comentário. Penso que tem razão. Há, de facto, alternativa. Só que a alternativa poderá ter consequências bastante mais gravosas para a economia nacional. Vou alterar o post de acordo com o seu comentário
Ainda assim, gostaria de saber qual é a alternativa que tem em mente.
Abraço
Alvaro
Caro Álvaro Almeida
Três coisas muito simples: reformar o Estado, regressar à indústria e reformas as universidades.
No primeiro caso, é tarefa para mais de uma década. Implementar o orçamento base zero, colocar na constituição a exigência de equilíbrio orçamental, definir limites para despesa e carga fiscal, penalizando com a demissão imediata os governos que não o consigam atingir. Dimensionar o Estado para cumprir as suas funções básicas (segurança, defesa e justiça) e adequar o Estado social à sua viabilidade financeira.
Dirigir todos os esforços para recuperar o sector industrial, apostando na inovação e na ligação das universidades à indústria para aumentar a produtividade. Deixo-lhe este exemplo:
http://bip.inescporto.pt/110/noticia02.html
Criar um clima de diálogo social, explicando que para o sucesso das empresas todos são necessários: empresários e trabalhadores. Ligar os aumentos dos salários ao êxito dos projectos empresariais, dividindo-os entre uma parte fixa e outra variável.
É necessário reformar a universidade, acabar com cursos supérfluos e restringir a entrada em cursos em que o mercado de trabalho está saturado a prazo. Por último, é necessário formar empreendedores e não somente trabalhadores por conta de outrém.
Eu tenho um curso de economia terminado há 28 anos e fui treinado para ser um técnico no sector público ou privado o que sou hoje. Dos meus colegas de curso só conheço um que se lançou num negócio próprio. Hoje o que acontece? Não conheço estudos mas tenho a sensação que pouco mudou.
Um abraço,
António Parente
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