05 janeiro 2011

A MARATONA DA DÍVIDA

A grande maratona da dívida soberana portuguesa em 2011 começa hoje, com a primeira emissão do ano de Bilhetes de Tesouro. A dívida será emitida a 6 meses e os juros deverão ser 5 vezes maiores do que tínhamos desfrutado há apenas um ano. Para além da subida vertiginosa dos juros (que terá um crescente impacto nas contas públicas nacionais), o facto mais interessante desta emissão é a continuação da aposta nas emissões de dívida a curto prazo, uma estratégia que é bastante comum aos países excessivamente endividados, mas que costuma acabar bastante mal. 
Não é de estranhar. Nos 2 últimos anos, mais de 60% das emissões de dívida nacional foram em maturidades de curto prazo. Este ano, a tendência prevista para privilegiar as emissões a curto prazo irá manter-se e, quiçá, acentuar-se. Veremos até quando conseguiremos manter esta insustentável e perigosa tendência.

3 comentários:

cards disse...

Isto está cada vez mais pior mas eu ainda tenho esperança.
vamos a ver se tenho ou não razão...

antonio disse...

Caro Álvaro,

Esta estratégia de emissão de divida de curto prazo deve estar ligada à impossibilidade de nos financiarmos a longo prazo a não ser com juros ainda mais assustadores. Possivelmente há de chegar o dia em que nem a curto nem a longo prazo nos conseguiremos financiar.

Mas muito pior estará para vir e muito pouco de bom virá.

Porque por detrás desta enorme crise financeira está um país e uma Europa governada por imbecis
e manietada por preconceitos e que vive à base de balões de oxigénio e onde na verdade nenhuma, mas absolutamente nenhuma reforma se faz.

Com a agravante de que em Portugal somos governados por um louco (J.S) e por um cigano (T.S) que mais do que outros seus congéneres europeus, procuram apenas esconder a realidade e ganhar tempo. (mas ganhar tempo para quê?.

A realidade que me chega diz-me que a economia real está ultrafrágil e vive de aberrações tais como de um inexplicável aumento de 61% nas vendas de automóveis em Novembro, num país com uma divida externa impagável e de um endividamento incomportável das familias. Mas a economia real que me chega também me diz que uma grande parte das pequenas e médias empresas, as tais que criam e dão emprego, estão a viver de balões de oxigénio mas já com muito pouco oxigénio e que o pior ainda está para vir.

Meu caro Álvaro, 2010 que foi um péssimo ano vai deixar saudades quando estivermos nho 4º trimestre de 2011 e 2011 vai deixar saudades qundo estivermos em 2012.

E assim andaremos de vitória em vitória até à derrota final.
Diga-se apenas em abono destes irresponsáveis que nos governam que eu não saberia fazer melhor do que eles.

E mais não digo e para fazer uo meu ponto de vista posso apenas dizer que muitos antes dos génios da nossa praça começarem a dizer que isto andava mal já eu previa claramente que iriamos todos rebentar pelas costuras.

Para finalizar só uma previsão: o Euro vai estar moribundo e vai arrastar para o buraco muitas das economias a ele ligadas.

Carlos Pereira disse...

O país está mal, vai continuar mal. Tudo isto me faz confusão. Ainda hoje li no Público que o ex presidente do Conselho Fiscal do BPP foi nomeado para fiscalizar as contas públicas portuguesas. Será este a pessoa certa para o cargo? Uma pessoa que certificou as contas de um Banco durante 10 anos, e que mais tarde se provou que havia manobras financeiras ocultas nas contas, é a pessoas indicada para o cargo que agora foi nomeado? Ou é mais um favor? Enquanto continuarmos com sanguessugas, chupistas, oportunistas e afins no nosso sistema político e financeiro, nada vai alterar.

Carlos Pereira