A edição impressa do Diário de Notícias de hoje contém uma entrevista minha onde debato algumas das características do nosso Estado. Aqui está um excerto:
DN _ Onde se deve cortar para reduzir a despesa pública? Há muito por onde cortar. Há muita ineficiência na despesa pública, há muito pouco respeito pelo dinheiro dos contribuintes, e cometem-se verdadeiros atentados inter-geracionais com as gerações futuras, a quem se espera que aceitem pagar o despesismo das actuais gerações. Neste sentido, penso que, a curto prazo, a principal redução da despesa pública terá de acontecer ao nível das aquisições de bens e serviços do Estado (os chamados consumos intermédios), bem como ao nível dos subsídios e das indemnizações compensatórias concedidas às empresas públicas. No entanto, parece-me muito claro que a grande redução da despesa pública terá de advir dos diversos organismos e entidades que constituem o Estado. Inicialmente, um próximo Governo poderia instituir cortes entre 10% a 20% nas despesas com Institutos, Direcções-Gerais e entidades afins. No entanto, numa segunda fase, o que há a fazer é reduzir, fundir e extinguir muitas destes Institutos e organismos do Estado, de forma a se poderem alcançar poupanças significativas na despesa do Estado. No mínimo entre 20% e 30% destes organismos do Estado deveriam desaparecer e/ou ser racionalizados. O que me parece inaceitável (e uma má política) é que se tenham de reduzir os salários dos funcionários públicos e que se tenha de aumentar os impostos das famílias e das empresas para evitar cortar nestes institutos e outras entidades do Estado, só para se protegerem interesses menos claros e para não mexer no nosso sacrossanto aparelho estatal. Um disparate, como é óbvio.
Sem comentários:
Enviar um comentário