O que é que vale mais: um euro nas suas mãos ou um euro nas mãos do governo? Quem gasta melhor esse euro: as famílias e as empresas ou os governos?
Eu sei, eu sei. No Portugal actual não é difícil responder a estas questões. É mais do que evidente que os nossos governos continuam a pensar que um euro gasto pelo Estado tem mais impacto na economia do que deixar esse mesmo euro nas suas mãos. E é óbvio que os nossos governantes estão errados. Aliás, foi esta mentalidade de um despesismo insaciável que nos conduziu à situação actual. Mas este é um assunto para outra ocasião.
Por agora, vale a pena perguntar: de um modo geral, o que é que nós sabemos sobre estas questões? Se nos deixarmos de ideologias, a resposta certa é: depende. Depende se as empresas e as famílias de um país já estiverem muito sobrecarregadas com impostos (como é o nosso caso). Depende se o país possuir boas infra-estruturas ou se despender razoavelmente em Saúde e Educação (o que é o nosso caso). E depende se os fundos públicos forem bem aplicados (o que não é o nosso caso). Há situações em que os países beneficiam se as famílias e as empresas ficarem com o euro adicional, mas por vezes faz sentido que esse euro seja gasto em despesas sociais e infra-estruturas. Tudo depende assim do estado de desenvolvimento do país e de quão competitivos são os produtos que esse país produz.
Todavia, de uma coisa podemos estar certos: às vezes um euro adicional nas mãos dos governos faz mais mal do que bem às economias. E, infelizmente, é exactamente nesse ponto em que nós nos encontramos.
Eu sei, eu sei. No Portugal actual não é difícil responder a estas questões. É mais do que evidente que os nossos governos continuam a pensar que um euro gasto pelo Estado tem mais impacto na economia do que deixar esse mesmo euro nas suas mãos. E é óbvio que os nossos governantes estão errados. Aliás, foi esta mentalidade de um despesismo insaciável que nos conduziu à situação actual. Mas este é um assunto para outra ocasião.
Por agora, vale a pena perguntar: de um modo geral, o que é que nós sabemos sobre estas questões? Se nos deixarmos de ideologias, a resposta certa é: depende. Depende se as empresas e as famílias de um país já estiverem muito sobrecarregadas com impostos (como é o nosso caso). Depende se o país possuir boas infra-estruturas ou se despender razoavelmente em Saúde e Educação (o que é o nosso caso). E depende se os fundos públicos forem bem aplicados (o que não é o nosso caso). Há situações em que os países beneficiam se as famílias e as empresas ficarem com o euro adicional, mas por vezes faz sentido que esse euro seja gasto em despesas sociais e infra-estruturas. Tudo depende assim do estado de desenvolvimento do país e de quão competitivos são os produtos que esse país produz.
Todavia, de uma coisa podemos estar certos: às vezes um euro adicional nas mãos dos governos faz mais mal do que bem às economias. E, infelizmente, é exactamente nesse ponto em que nós nos encontramos.
Nota: O meu artigo no Notícias Magazine, 8 de Janeiro de 2011
6 comentários:
Depende também e sobretudo dos nossos políticos, dos nossos técnicos em Economia (e não só), mas depende sobretudo do objecto social de ambos: as pessoas. 1 euro, é 1 euro, mas uma pessoa é uma pessoa (às vezes mais) e a Economia, ou serve as pessoas, ou não é Economia, como diz Stiglitz.
Aqui e agora, falharam os dois.
Caro Dr. Alvaro Pereira,
Antes de mais parabéns por este sitio.
Concordo totalmente com a sua ideia do € na mão do Estado pois sou um dos prejudicados.
Veja se consegue mas é vir para Portugal porque o nosso país precisa de pessoas como o senhor cá fisicamente a enfrentar estes senhores que estão a tomar e a vender o país sem quaisquer sentido de responsabilidade ou patriotismo.
Grande abraço
Afonso Torres
afonso.torres@yahoo.com
Álvaro, a suas palavras não poderiam estar melhor aplicadas, concordo plenamente. Quando fala em gasto, é mesmo gasto que deve falar. O problema é mesmo esse, nos últimos tempos têm-se gasto euros quando deveríamos era ter investido euros. É a diferença entre gasto e investimento. Houve muito euro gasto e pouco investido.
Carlos Pereira
Para que isso se torne realidade é necessário eliminar esta mentalidade bacóca que diz que o Estado é que nos sabe guiar, o Estado sabe o que é bom para nós.
Enfim fazermos o verdadeiro 25 de Abil, aquele que nos libertará de toda a estreiteza de espírito que ainda nos assola e nos volvará uma liberdade perdida no dia em que D.Manuel I achou bem ter usar o dinheiro das especiárias para comprar um tigre.
Falta uma componente importante neste raciocínio.
Um Euro nas mãos do Estado é gasto cá, um Euro nas mãos de privados pode ser gasto cá ou não, pode ir parar ao Luxemburgo, Holanda ou mesmo Ilhas Caimão.
Seria necessário entrar em conta com a percentagem de Euros privados que serão gastos noutro lado.
Há também outro problema, Por cada Euro que o Estado gasta, para aí uns 30 ou 40% serão recebidos de volta sob a forma de impostos.
Isto é, uma obra que custa um Euro a um privado custará só sessenta e tal cêntimos ao Estado.
Por outras palavras, o problema é muito complexo e creio mesmo que não tem resposta possível, isto é, a pergunta não tem razão de ser, quanto mais não seja porque os gastos são substancialmente diferentes, o Estado gasta em obras, educação saúde, etc. o privado gasta em tudo, até em idas às meninas...
A pergunta pertinente que deve ser efectivada:
Quem gere melhor o dinheiro de cada um?
1. A pessoa que o ganha?
2. ou, um terceiro, que daqui a 4/5 anos pode não ser o mesmo, e que defende que apenas tem responsabilidade política?
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