Toda a gente sabe que muitas das nossas pensões são bastante baixas, principalmente quando comparadas com os outros países europeus. Porém, sabia também que, mesmo assim, Portugal é um dos países da União Europeia que mais gasta com o sistema de pensões em percentagem do PIB? Mais concretamente, sabia que o nosso país é o 4º país da União Europeia que mais gasta com o sistema de pensões em percentagem do PIB? Pois é, é verdade, todos os anos, Portugal gasta cerca de 12% do PIB nacional no sistema de pensões. Na União Europeia só a Itália (14% do PIB), a França (13,5%) e a Áustria (12,7%) gastam mais em percentagem do PIB do que nós.Todos os restantes países da UE despendem, em média, muito menos no seu sistema de pensões do que nós. Por que será?
Gráfico_ Gastos com pensões em percentagem do PIB, União Europeia, 2010
Fonte: Comissão Europeia (2010)
10 comentários:
Uma suposição: porque em Portugal as pensões funcionam como um esquema Ponzi e noutros países há investimentos diferentes, incluindo as empresas terem os seus próprios fundos de pensões que não são engolidos pelo Estado quando este precisa de fingir que controla o défice?
Já agora, para um leigo em economia mas que o lê com muito interesse, qual é a sua opinião: porque será?
Sim, este valor inclui as pensões milionárias que eram (são?) compradas à pressão, pagando as contribuições (descontando no IRC?), em vez de uma vida de contribuição.
E também as pagas antes dos 65 anos porque alguém quis resolver os problemas de empresas, reformando pessoas perfeitamente válidas antes do tempo.
E mais as pagas aos reformados do Banco de Portugal e similares, que recebem reforma independentemente da idade, e por inteiro, ao fim de meia dúzia de anos (subsídio de reinstalação, enquanto não tiver emprego, percebo, agora reforma?)
Depois, claro, não chega e o sistema custa caro.
Mas este estudo só faz sentido se Portugal fosse o país que mais gasta com pensões cobrando o mesmo ao longo da vida. Acontece que provavelmente Portugal gasta mais, mas também cobra mais ao longo da vida para a CGA.
Outra hipótese terá a ver com a uma má distribuição do valor das pensões já que provavelmente 1/3 da população idosa recebe tanto como toda a restante.
Pensões milionárias e reformas na década dos 50, como sucedia há uns anos?
E é bom, ou mau?
Traduzindo em dinheiro, que é todo igual, como interpretamos esta benesse?
Em vez de se comparar com o PIB, que estraga toda a realidade, não seria mais elucidativo relacionar o montante das pensões com o custo de vida respectivo?
"E é bom, ou mau?"
É mau, tendo em conta que as pensões já pesam o que pesam e mesmo assim não é sustentável (i.e.: as reformas vão baixar à volta de 50% no seu valor real durante as próximas décadas).
No debate do DN sobre o Estado do Estado, o Antonio Perez Metelo deu os seguintes números do Orçamento de Estado: o que o Estado arrecada em impostos, equivale a 37% do PIB. Ou seja, este é o dinheiro que o Estado tem disponível para despesa corrente. Com despesa corrente, sem juros, e segundo o orçamento, já estamos a gastar 39% (só os juros são mais 4%, e a subir).
Já gastamos mais em despesa corrente que aquilo que pagamos com os impostos e a segurança social. E se Portugal gasta 12% do PIB com as pensões, isto já é quase um terço do dinheiro que temos para gastar com a despesa corrente.
Alguém pode confirmar se estas contas estão certas? Dois terços das receitas fiscais (25% do PIB) para o resto da despesa corrente ( subsídios de desemprego e outros, educação, saúde, etc...) parece ser pouco.
Gi falou e falou muito bem. Até prova em contrário, ou seja, a transparência vir ao de cima, a Segurança Social não é mais que um esquema Ponzi, muito mal montado, e que trará alguns dissabores no futuro...
Alguém sabe responder a estas perguntas?
1. Qual o valor total do Activos Sob Gestão da Segurança Social?
2. Qual o rácio de cobertura das pensões?
3. Quem gere o dinheiro da Segurança Social?
Um estudo precisa-se. Há muito que deveriam ter deixado a geração mais nova decidir se quer a sua pensão na Segurança Social ou noutro sistema qualquer (público ou privado).
Paulo César Martins
Essas e outras são as questões a que importa obter a resposta, com Estudos, só para com transparência se desfazer esse paradigma de que os que trabalham é que pagam as pensões, sem se saber o que fizeram (quando e quem) com "o dinheiro da Segurança Social" que todos sabemos entra nos OE e se gastam em tudo menos nas aposentações.
Comparem por favor o valor das pensões "milionárias " dos paises ricos com as pensões "douradas" da rapaziada do nosso "esquema" nacional...
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