Aqui está a minha entrevista de ontem ao Diário de Notícias:
DN. Que conselho daria aos responsáveis da troika que estão em Portugal?
DN. Que conselho daria aos responsáveis da troika que estão em Portugal?
Para além de uma auditoria exaustiva das contas públicas nacionais, é importante que a austeridade seja acompanhada por medidas que fomentem a competitividade e o crescimento económico. A razão é simples: a economia portuguesa já está em crise há cerca de uma década. E é por causa dessa crise que temos a maior taxa de desemprego dos últimos 90 anos e a segunda maior vaga emigratória dos últimos 160 anos. Por isso, a austeridade não pode ser cega e deve promover a retoma do crescimento económico. A austeridade a impor deve igualmente ser concentrada no Estado e não nas empresas e nas famílias, que já têm sido muito sacrificadas com as políticas erradas e irresponsáveis dos últimos anos.
2. No Canadá, país onde vive, também "há esqueletos no armário" do Estado?
Quando há, são logo descobertos, pois os mecanismos de fiscalização das eventuais irregularidades são muito apertados. Em Portugal só há “esqueletos no armário” porque as nossas contas públicas são pouco transparentes e os mecanismos de fiscalização não funcionam adequadamente.
3. Porque é que o seu livro se intitula "Portugal na hora da verdade»?
Porque Portugal vive actualmente a sua maior crise desde 1892, quando fomos forçados a declarar bancarrota. E porque se não invertermos rápida e radicalmente as más políticas dos últimos anos, iremos declinar nas próximas décadas. Esta é a hora da verdade, porque cabe-nos escolher entre reformar (a sério) e declinar.
4. O pedido de ajuda ao FMI e à Europa chegou tarde?
2. No Canadá, país onde vive, também "há esqueletos no armário" do Estado?
Quando há, são logo descobertos, pois os mecanismos de fiscalização das eventuais irregularidades são muito apertados. Em Portugal só há “esqueletos no armário” porque as nossas contas públicas são pouco transparentes e os mecanismos de fiscalização não funcionam adequadamente.
3. Porque é que o seu livro se intitula "Portugal na hora da verdade»?
Porque Portugal vive actualmente a sua maior crise desde 1892, quando fomos forçados a declarar bancarrota. E porque se não invertermos rápida e radicalmente as más políticas dos últimos anos, iremos declinar nas próximas décadas. Esta é a hora da verdade, porque cabe-nos escolher entre reformar (a sério) e declinar.
4. O pedido de ajuda ao FMI e à Europa chegou tarde?
Claro que sim. Desde Setembro que os principais analistas internacionais consideravam que um regaste português era inevitável. Atrasar o inevitável teve custos enormes para o nosso país. A verdade é que só houve uma razão que justifica o atraso no pedido de ajuda: o governo queria manter-se no poder a todo o custo, mesmo que para isso tivesse de arrastar o país para uma situação em que alguns bancos quase faliram e em que nos vimos forçados a pagar centenas de milhões de euros de juros a mais para financiar as dívidas do Estado.
5. Qual é a primeira medida que aconselha ao próximo Primeiro-Ministro?
5. Qual é a primeira medida que aconselha ao próximo Primeiro-Ministro?
A primeira medida do próximo governo devia ser a introdução de um grande pacote de transparência e anti-corrupção. É vital que o próximo governo não seja mais do mesmo do que temos tido nos últimos anos. É preciso acabar com as suspeições de compadrio e de favoritismo político que minam a nossa democracia e a nossa vida pública. A melhor maneira de o fazer é começar o mandato com um grande pacote de medidas que mostrem inequivocamente que o próximo governo vai pôr o interesse nacional acima dos interesses partidários.
4 comentários:
Excelente ! Parabéns ! Vou partilhar.
Oh amigo, no Canada existe a cultura do vizinho ser fiscal do vizinho. Ou você quer um fiscal para cada indivíduo?
Outra questão. O Governo não queria o poder, o Governo foi eleito para exercer as suas funções e nunca o deixaram exercer o seu pleno direito durante ano e meio. Os orçamentos passaram com NIN's com a conivência do senhor Presidente da Republica. É claro que chegou ao estado que chegou. Depois para além de todos os problemas internos, há o ataque ao Euro que ninguém fala.
Quanto à oposição, é a vergonha que é. Não tem alternativas, a única ao que parece é vender tudo o que resta do estado a privados. Aí sim será o fim ... Teremos um estado fictício, já que nada tem nas mãos, está tudo no privado.
Mais uma vez vejo um economista apenas a apontar erros e a apontar soluções vazias e sem qualquer conteúdo. Muito fácil...
Jorge Nunes
Confesso que me fez rir!... Ó homem, por acaso, lembra-se do FMI de 83?... Eu não me lembro, msa não me sai da memória a coincidência da fartura do dinheiro (também Europeu...?...) para cursos de formação profissional, OTL (ocupação de tempos livres, OTJ (Ocupação temporária de jovens), incentivos malucos para empreendimentos não menos malucos, etc, etc...
Acha que vai ser diferente, agora?... Népias, um aninho e tal a penar, talvez dois aninhos e repetir-se-ão os erros do costume!... Peço mil desculpas inflacionadas por não ter paciência para ler a entrevista na íntegra, mas... esta minha preguiça!...
Na verdade, não passou de mais um que me desiludiu, pela chuva que foi ao cair no molhado!... Tempo perdido. Afinal, é apenas mais um génio sem lâmpada!...
Abraço
Então e a governação anterior com maioria absoluta?
Balanço acerca da Justiça: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=479417
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