A pedido de vários leitores do Desmitos, aqui está um excerto do Capítulo 1 do meu novo livro:
"... Como é que foi possível? Como chegámos aqui? Como passámos de um dos maiores casos de sucesso do pós-Segunda Guerra Mundial para um exemplo que todos querem evitar? Como passámos de propalado «bom aluno» da União Europeia para modelo que ninguém quer emular? Como foi possível desbaratar um capital político e económico tão precioso? Que tipo de políticas e condições económicas gerou este estado de coisas? Como foi possível endividarmo-nos desta maneira? Como foi possível que as nossas exportações tivessem perdido tanta competitividade? Ainda mais importante, hoje questionamo-nos: Como vamos sair desta situação? Como é que a política económica e as políticas públicas podem ser alteradas de forma que nos ajudem a relançar o crescimento económico e a retomar o sucesso de outrora? Como podemos acabar com o flagelo do desemprego que assola centenas de milhares de portugueses? Como podemos inverter os preocupantes fluxos emigratórios dos últimos anos? Como podemos melhorar a competitividade das nossas empresas exportadoras? Como diminuir a nossa pesadíssima dívida externa? Como podemos atenuar o fantasma da corrupção e do compadrio, que parece estar presente em tantos sectores da nossa sociedade? Como reformar o Estado? Como podemos inverter o crescimento paulatino das desigualdades sociais? Estas são algumas das questões em debate nos próximos capítulos.
Mais concretamente, nas páginas que se seguem tentaremos não só diagnosticar a situação económica actual o melhor possível, mas também apresentar soluções concretas para os problemas económicos nacionais. Como veremos, uma das teses principais deste livro é que o mal-estar actual se deve, em grande parte, a políticas erradas e uma visão pouco estratégica do desenvolvimento do país. O impacto das más políticas tem sido de tal modo nefasto e a anemia da economia nacional tem sido de tal forma gritante, que muitos antevêem um declínio mais que certo nas próximas décadas. Por todos estes motivos, é absolutamente imperioso perceber o que está mal em Portugal, para que possamos atacar os problemas com eficácia e determinação. É isso que tentaremos fazer nas próximas páginas.
"... Como é que foi possível? Como chegámos aqui? Como passámos de um dos maiores casos de sucesso do pós-Segunda Guerra Mundial para um exemplo que todos querem evitar? Como passámos de propalado «bom aluno» da União Europeia para modelo que ninguém quer emular? Como foi possível desbaratar um capital político e económico tão precioso? Que tipo de políticas e condições económicas gerou este estado de coisas? Como foi possível endividarmo-nos desta maneira? Como foi possível que as nossas exportações tivessem perdido tanta competitividade? Ainda mais importante, hoje questionamo-nos: Como vamos sair desta situação? Como é que a política económica e as políticas públicas podem ser alteradas de forma que nos ajudem a relançar o crescimento económico e a retomar o sucesso de outrora? Como podemos acabar com o flagelo do desemprego que assola centenas de milhares de portugueses? Como podemos inverter os preocupantes fluxos emigratórios dos últimos anos? Como podemos melhorar a competitividade das nossas empresas exportadoras? Como diminuir a nossa pesadíssima dívida externa? Como podemos atenuar o fantasma da corrupção e do compadrio, que parece estar presente em tantos sectores da nossa sociedade? Como reformar o Estado? Como podemos inverter o crescimento paulatino das desigualdades sociais? Estas são algumas das questões em debate nos próximos capítulos.
Mais concretamente, nas páginas que se seguem tentaremos não só diagnosticar a situação económica actual o melhor possível, mas também apresentar soluções concretas para os problemas económicos nacionais. Como veremos, uma das teses principais deste livro é que o mal-estar actual se deve, em grande parte, a políticas erradas e uma visão pouco estratégica do desenvolvimento do país. O impacto das más políticas tem sido de tal modo nefasto e a anemia da economia nacional tem sido de tal forma gritante, que muitos antevêem um declínio mais que certo nas próximas décadas. Por todos estes motivos, é absolutamente imperioso perceber o que está mal em Portugal, para que possamos atacar os problemas com eficácia e determinação. É isso que tentaremos fazer nas próximas páginas.
Veremos que Portugal enfrenta actualmente três grandes crises. A maior é a crise do crescimento económico. A economia nacional está debilitada, estagnada, e com vários sectores pouco competitivos. Porque é que chegámos a este ponto e quais são as causas da estagnação económica serão algumas das questões que iremos abordar no capítulo 2, que examina a Grande Recessão portuguesa num contexto histórico e numa perspectiva internacional. Neste capítulo, iremos ainda analisar as principais consequências da estagnação da última década, incluindo o aumento do desemprego, o regresso à emigração, a fuga de cérebros, bem como a recente instabilidade financeira. Por seu turno, o capítulo 4 irá centrar--se sobre a crise da competitividade nacional, tentando entender os factores que estão por detrás de uma alegada falta de dinamismo e de valor acrescentado das nossas exportações.
A segunda crise que enfrentamos é a mais debatida e, possivelmente, a que mais nos preocupa: a crise das finanças públicas. Da esquerda à direita, dos funcionários públicos ao sector privado, dos economistas aos políticos e trabalhadores, o lamentável estado das contas públicas é tema de conversa e de análise incessante. Contudo, apesar de todo o aparato, quantos de nós conhecem verdadeiramente o estado real das finanças nacionais? Será que as coisas estão assim tão mal, que se justifique o ataque especulativo que a nossa dívida pública tem sofrido? Será que precisamos de uma (mais do que) provável ajuda externa? Como o capítulo 3 demonstrará, a situação das contas públicas nacionais é simultaneamente melhor do que os mercados financeiros nos fazem crer e pior do que os nossos governantes apregoam. Também tentaremos perceber os factores que nos levaram a chegar a esta lamentável situação. A terceira crise e, porventura, a mais grave é a crise do endividamento externo. Como veremos no capítulo 5, esta crise poderá ter importantes ramificações no nosso bem-estar futuro. A nossa dívida externa é já a mais elevada dos últimos 120 anos, ou seja, desde quando Portugal foi forçado a declarar uma bancarrota parcial em 1892, e certamente que o endividamento ao exterior será o assunto que dominará as nossas preocupações nos próximos anos. Porém, e como é evidente, todas estas crises estão relacionadas, e os primeiros cinco capítulos explicam como é que estes mecanismos interagem uns com os outros.
Se a primeira parte do livro descreve e analisa as causas das várias crises nacionais, a segunda parte dedica-se à apresentação de propostas concretas para resolvermos estes nossos problemas estruturais. Como veremos, as medidas avançadas não constituem qualquer receita mágica para solucionarmos a crise nacional. Aliás, se há lição a retirar das próximas páginas é que não existe uma só solução, uma só política mágica, para acabarmos com o mal-estar actual. Não há. O que existe é um conjunto de medidas que, se implementado, nos permitirá emergir da crise mais rapidamente e com uma economia fortalecida. Deste modo, o capítulo 6 debate as diferentes políticas públicas que nos poderão permitir atingir o equilíbrio orçamental, um feito que nenhum governo no período democrático alcançou, e diminuir a dívida pública. O capítulo 7 apresenta soluções para melhorarmos a competitividade das nossas exportações, enquanto o capítulo 8 analisa as várias opções que temos para fazer diminuir o endividamento externo. Por sua vez, o capítulo 9 apresenta um conjunto de propostas adicionais destinadas a resolver a crise nacional e a atacar alguns dos nossos desafios futuros, incluindo a acentuada descida da natalidade, a desertificação do interior do país, o regresso da emigração, a baixa taxa de poupança, e a falta de transparência no nosso serviço público.
A segunda crise que enfrentamos é a mais debatida e, possivelmente, a que mais nos preocupa: a crise das finanças públicas. Da esquerda à direita, dos funcionários públicos ao sector privado, dos economistas aos políticos e trabalhadores, o lamentável estado das contas públicas é tema de conversa e de análise incessante. Contudo, apesar de todo o aparato, quantos de nós conhecem verdadeiramente o estado real das finanças nacionais? Será que as coisas estão assim tão mal, que se justifique o ataque especulativo que a nossa dívida pública tem sofrido? Será que precisamos de uma (mais do que) provável ajuda externa? Como o capítulo 3 demonstrará, a situação das contas públicas nacionais é simultaneamente melhor do que os mercados financeiros nos fazem crer e pior do que os nossos governantes apregoam. Também tentaremos perceber os factores que nos levaram a chegar a esta lamentável situação. A terceira crise e, porventura, a mais grave é a crise do endividamento externo. Como veremos no capítulo 5, esta crise poderá ter importantes ramificações no nosso bem-estar futuro. A nossa dívida externa é já a mais elevada dos últimos 120 anos, ou seja, desde quando Portugal foi forçado a declarar uma bancarrota parcial em 1892, e certamente que o endividamento ao exterior será o assunto que dominará as nossas preocupações nos próximos anos. Porém, e como é evidente, todas estas crises estão relacionadas, e os primeiros cinco capítulos explicam como é que estes mecanismos interagem uns com os outros.
Se a primeira parte do livro descreve e analisa as causas das várias crises nacionais, a segunda parte dedica-se à apresentação de propostas concretas para resolvermos estes nossos problemas estruturais. Como veremos, as medidas avançadas não constituem qualquer receita mágica para solucionarmos a crise nacional. Aliás, se há lição a retirar das próximas páginas é que não existe uma só solução, uma só política mágica, para acabarmos com o mal-estar actual. Não há. O que existe é um conjunto de medidas que, se implementado, nos permitirá emergir da crise mais rapidamente e com uma economia fortalecida. Deste modo, o capítulo 6 debate as diferentes políticas públicas que nos poderão permitir atingir o equilíbrio orçamental, um feito que nenhum governo no período democrático alcançou, e diminuir a dívida pública. O capítulo 7 apresenta soluções para melhorarmos a competitividade das nossas exportações, enquanto o capítulo 8 analisa as várias opções que temos para fazer diminuir o endividamento externo. Por sua vez, o capítulo 9 apresenta um conjunto de propostas adicionais destinadas a resolver a crise nacional e a atacar alguns dos nossos desafios futuros, incluindo a acentuada descida da natalidade, a desertificação do interior do país, o regresso da emigração, a baixa taxa de poupança, e a falta de transparência no nosso serviço público.
Porém, antes de analisarmos as causas das diversas crises nacionais e de apresentarmos as medidas que necessitamos de implementar, vale a pena recordar o sucesso nacional das últimas décadas, agora tão esquecido. Porquê? Porque qualquer estratégia de reabilitação nacional tem de ter em linha de conta o tremendo sucesso da economia nacional no último meio século, um sucesso absolutamente notável e com poucos paralelos no mundo. É o que faremos nas próximas páginas, onde iremos igualmente tentar perceber as consequências que poderemos sofrer se insistirmos em prosseguir as más políticas dos últimos anos."
O livro estará disponível a partir desta sexta-feira, dia 29.
O livro estará disponível a partir desta sexta-feira, dia 29.
3 comentários:
Excelente ! Muito obrigado. O Seu livro será de leitura obrigatória. Em todo o caso, com humildade, permito-me referir que a pior das crises por que passamos é a CRISE MORAL que já vem de há anos mas que muito se agravou nos últimos seis.
"... o tremendo sucesso da economia nacional no último meio século, um sucesso absolutamente notável e com poucos paralelos no mundo."
Ai,ai
Espero ansioso pelo dia 29 para me deliciar com esta análise do Sr. Professor.
Se se refere só à primeira década do último meio século (1961 a 1971), até que posso aceitar.
Mas nas quatro décadas seguintes, todos os governantes e os economistas de serviço, bem podem "limpar as mãos à parede" com os "bonitos" resultados que estão à vista de todos, para nosso mal.
CONTROLADOS E SUBMETIDOS AO PODER DO CLUBE DE BILDERBERG, OS GOVERNANTES PORTUGUESES ENTREGARAM, SEM PESTANEJAR, PORTUGAL AOS SENHORES DO MUNDO.
PORTUGAL ACABOU EM 25 DE ABRIL DE 1974.
AS HORDAS DE ESCRAVOS PORTUGUESES QUE SE ESTÃO A FORMAR, DAQUI PARA O FUTURO, DEVEM AGRADECER AOS BRAVOS CAPITÃES DE ABRIL E SEUS MENTORES E A TODA A CATERVA DE "HONESTOS",PELO QUE FIZERAM POR PORTUGAL.
O quê necessário em Portugal é criar um bom ensino profissional. O Ministério da Educação deveria estar é preocupado em formar TRABALHADORES e EMPREENDEDORES, e pouco importa que esses tenham só o 9°ano.
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