27 abril 2008

O RECUO NAS URGÊNCIAS

Começam a surgir mais e mais indicadores que sugerem que o governo já está em fase pré-eleitoral. Agora foi a vez das urgências de Ovar, que tinham sido encerradas no horário nocturno pelo ministro da Saúde demitido. Sabemos agora que vão reabrir novamente em meados de Maio. Supostamente este recuo do governo se deve às dificuldades sentidas com o aumento da afluência da urgência do hospital de Santa Maria da Feira (originado pelo encerramento da SAP de Ovar), bem como aos problemas sentidos nos transportes nocturnos ao concelho vizinho.
Ora, o problema não está no recuo do governo. Se, de facto, houve uma decisão que não correu bem e que teve consequências indesejadas, há que ter coragem para voltar atrás. Até pode ser que sim. O problema é que este tipo de decisões cheira demasiado a esturro, demasiado a estratagemas eleitorais.
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Independentemente das preferências políticas de cada um(a), o que interessa perguntar é: porque é que estas decisões não foram bem estudadas e analisadas? Se tivessem havido análises custo-benefício cuidadosas, haveria uma menor probabilidade de ocorrerem erros nas decisões políticas. Ora, se esses estudos se realizaram (como é apregoado pelo governo), então os recuos não deviam acontecer. Se acontecem, então é porque provavelmente a decisão é mais política do que económica. E alguma coisa não bate certo.

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