O PUBLICO de hoje refere que a Universidade do Algarve está disposta a alienar património com o intuito de salvaguardar o futuro da instituição. A propósito desta notícia, decide retirar um texto do "Mitos da Economia Portuguesa", onde se refere a falta de aproveitamento do potencial da universidade algarvia:
"Não se consegue compreender como é que o Algarve tem uma universidade de qualidade sofrível em quase todas as áreas de investigação. Ora, no lugar onde está localizada, a Universidade do Algarve deveria ser uma das melhores do país, se não mesmo a melhor. De facto, é surpreendente como é que o Algarve não consegue atrair professores estrangeiros de craveira internacional ou, pelo menos, de qualidade superior à média nacional. Porquê? Sabendo da qualidade de vida que poderiam usufruir no Algarve, não seria possível à universidade algarvia atrair professores de qualidade internacional? Claro que sim. Se as condições forem boas (financeiramente e a nível de investigação), eu garanto-lhes que muitos professores ingleses, alemães, ou holandeses de 40, 50 ou 60 anos não se importarão nada de deixarem as suas instituições e os seus países para virem leccionar e fazer investigação para o Algarve. No entanto, actualmente, poucos ou nenhuns o fazem. Porquê? Porque os salários e a fiscalidade não são competitivos, a qualidade dos departamentos e faculdades não é das melhores, e os incentivos à investigação deixam muito a desejar. E porque é que os sucessivos reitores da instituição algarvia não fazem nada (ou quase nada) por isso? Porque não existe vontade de incomodar os interesses instalados. Não existe coragem para lutar contra práticas enraizadas durante décadas de imobilismo e marasmo académico. E este não é um mal exclusivo do Algarve. É um mal extensivo à grande maioria das universidades e politécnicos portugueses."
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