01 abril 2008

O DIA DOS TOLOS

Hoje é dia das mentiras. Em inglês, este dia chama-se "Fool's day" ou do Dia dos Tolos. Veremos que mentiras nos pregam hoje. Que o governo irá baixar o IVA para 16%? Que António Guterres irá regressar para se tornar na nova face humana do governo? Que os espanhois compraram a Torre de Belém? Que João Jardim tenciona anexar os Açores para o território madeirense? Que Olivença afinal é mesmo nossa? Que Pacheco Pereira se irá candidatar à presidência do PSD (nem que seja à bomba)? Que que que ?

1 comentário:

LUIS FERNANDES disse...

1º DE ABRIL, DIA DAS MENTIRAS
Como hoje é dia das “galgas”, qual a maior mentira que gostaríamos de receber e ser enganados? Talvez o Iva a 16%? Quem sabe, por exemplo, que o Governo, em face do constante desaparecimento de pequenas e médias empresas, e tomando o modelo de Espanha, decidiu elevar a isenção de impostos daquelas para 150.000 euros, em vez dos actuais 6000? O Governo, ao tomar esta medida, teve em conta que vale mais a prossecução do emprego gerado e mantido do que os impostos que estas contribuem para os proveitos da Nação. O Governo chegou à conclusão que o elevado desaparecimentos destas empresas, paradoxalmente, aumenta a despesa pública.
Outra notícia enganadora: que todos os homens, hoje, oferecem uma rosa vermelha às suas mulheres. Poderia ser? Podia, só que é mesmo mentira.
Outra ainda, em Coimbra: “Carlos Encarnação, homem de rotinas, devido ao receio de atentado bombista pela “Alkaeda”, decidiu alterar o seu percurso diário entre a antiga Rua das Fangas e a Praça 8 de Maio. A partir de agora, diariamente, antes de entrar nos Paços do Concelho, dará uma volta pela Baixa da cidade. Assim, além de despistar os bombistas, tomará conhecimento in loco dos imensos prédios com obras paradas há vários anos. Certamente irá parar na Praça do Comércio; na Rua Velha; no Largo da Freiria; no Largo da Maracha; na Rua dos Oleiros, e no Largo das Olarias, antigo “bota-a-baixo”, vai parar, e, num minuto de silêncio, em catarse, fará “arakiri”, um mea culpa, e pedirá perdão a Deus –e ao povo de Coimbra- por ter mandado demolir todo o casario medieval do casco urbano da Baixa.
E vejam esta, no Diário de Coimbra: “Câmara Municipal evita, in extremis, o encerramento e desbaratamento do acervo do Museu da Ciência e da Técnica Doutor Mário Silva”. Segundo o jornal, Carlos Encarnação convocou uma conferência de imprensa, e ladeado pelo vereador da Cultura, Mário Nunes, em tom enfático, declarou que contrariamente ao que muitos afirmam, de que ele é um tecnocrata rígido e frio, pelo contrário, é um homem de cultura e gosta muito de arte. E, de braços alargados, como a querer abraçar todos os jornalistas, declarou que se tinha empenhado pessoalmente para que o Museu da cidade não desaparecesse. Tinha sido muito duro, conseguir que Sócrates voltasse atrás, mas conseguiu, declarou ufano. “E que custos foram esses, senhor presidente? Interrogou um jornalista. Respondeu Carlos Encarnação, foram dois: “Que não me recandidatasse novamente e me filiasse no Partido Socialista”. Para mostrar que era verdade, que gostava mesmo de arte, levou os jornalistas a sua casa, na Rua Fernandes Tomás, e mostrou-lhes os imensos quadros de Mário Silva, filho do patrono e fundador do museu com o mesmo nome.
Outra ainda: “Afinal Sócrates é humano, até chora condoído com as crianças, ao entregar-lhe computadores”. Claro que você não acredita nesta. É demasiado evidente que é uma mentira claríssima. Quem é que vai acreditar nesta? Só se fossem lágrimas de crocodilo que o homem hermético chorasse.
E mais uma: “Alunos do Secundário exigem telemóveis ao primeiro-ministro”. Segundo a notícia, uma grande maioria de alunos consideram-se discriminados e alegam ter direito a telemóveis “última geração” para poderem filmar à vontade o que se passa nas aulas.
Outra ainda: “O governo pondera aumentar o ordenado mínimo para 600 euros”. Ao que parece, esta medida provocatória, pretende, deste modo, desencadear o empreendedorismo. Como o contrário, ou seja, o manter os ordenados abaixo da inflação, não tem evitado o endémico estado da economia, entende o executivo de Sócrates que assim os agentes económicos serão obrigados a “sair da cepa torta” e do comodismo.

LUIS FERNANDES
(COIMBRA)
(www.questoesnacionais.blogspot.com)