Depois da Irlanda, da Espanha e do Reino Unido, chegou a vez de analisarmos as lições que nos dá a Finlândia sobre a recuperação e excelência económica. Mais uma vez, como aconteceu com a Irlanda, os pactos sociais entre os sindicatos, o governo e as entidades patronais revelam-se determinantes para o sucesso do modelo económico de um país:
A Finlândia é o grande paradigma europeu da Excelência e Inovação. Tradicionalmente, a economia finlandesa estava especializada em produtos abundantes em recursos naturais, tais como produtos madeireiros, pasta de papel e papel. Após a Segunda Guerra Mundial, a economia finlandesa também investiu grandemente no sector mineiro, na construção naval e na indústria siderúrgica. O aumento da acumulação de capital associado com estas indústrias contribuiu decisivamente para o sucesso finlandês do pós-guerra. Desde 1950 até ao início dos anos 70, as taxas de crescimento económico atingiram um valor médio anual de 5.2%. Porém, nos anos 70 e início dos anos 80, o modelo económico finlandês baseado em recursos naturais e na acumulação de factores começou a esgotar-se. E aqui é que as coisas se tornam relevantes para a situação económica portuguesa actual.
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Depois de uma prolongada crise durante os anos 70, o governo e os diversos parceiros sociais chegaram a acordo entre si, introduzindo um conjunto de medidas destinadas à revitalização da economia e das exportações finlandesas. Por um lado, a estabilidade social e laboral foi mantida através de um pacto social assinado em 1978 entre os diversos parceiros na concertação social, no qual se moderaram os aumentos dos salários reais. Por outro lado, numa altura quando ainda haviam dúvidas sobre o impacto na produtividade do novo sector das TIC, os finlandeses decidiram apostar séria e sistematicamente nesse cluster. No início dos anos 80, o governo criou o Conselho da Política Científica e Tecnológica, no qual os principais parceiros sociais e o governo discutem as grandes linhas da estratégia tecnológica nacional. Na mesma altura, criou-se o Tekes, ou Agente Tecnológico Nacional, que assumiu um papel activo e preponderante no apoio, financiamento e consultoria das empresas de TIC. Adicionalmente, investiram-se grandes somas na requalificação dos recursos humanos, na qualidade da educação, e nas infra-estruturas associadas às telecomunicações.
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Depois de uma prolongada crise durante os anos 70, o governo e os diversos parceiros sociais chegaram a acordo entre si, introduzindo um conjunto de medidas destinadas à revitalização da economia e das exportações finlandesas. Por um lado, a estabilidade social e laboral foi mantida através de um pacto social assinado em 1978 entre os diversos parceiros na concertação social, no qual se moderaram os aumentos dos salários reais. Por outro lado, numa altura quando ainda haviam dúvidas sobre o impacto na produtividade do novo sector das TIC, os finlandeses decidiram apostar séria e sistematicamente nesse cluster. No início dos anos 80, o governo criou o Conselho da Política Científica e Tecnológica, no qual os principais parceiros sociais e o governo discutem as grandes linhas da estratégia tecnológica nacional. Na mesma altura, criou-se o Tekes, ou Agente Tecnológico Nacional, que assumiu um papel activo e preponderante no apoio, financiamento e consultoria das empresas de TIC. Adicionalmente, investiram-se grandes somas na requalificação dos recursos humanos, na qualidade da educação, e nas infra-estruturas associadas às telecomunicações.
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Por último, a liberalização do sector das telecomunicações finlandês (completada em 1994) prosseguiu deste o final dos anos 80, mesmo em alturas recessiva. Deste modo, as empresas finlandesas deste sector (como a Nokia) ficaram preparadas internamente para a competitividade a nível internacional. Assim, a Nokia, entre outras, tornou-se num “campeão nacional” sem ter sido preciso uma intervenção desmesurada ou artificial do Estado.
Graças ao enorme investimento no cluster das TIC, a Finlândia é actualmente um dos países mais avançados a nível dos desenvolvimentos das novas tecnologias. O sistema educativo finlandês é exemplar, e a Finlândia é, juntamente com a Suécia, o país europeu que mais gasta em despesas de Investigação e Desenvolvimento (I&D), num valor acima dos 3% do PIB.
É claro que para o impressionante milagre finlandês, é preciso não esquecer a contribuição da Nokia. Esta empresa é, por si só, responsável por cerca de 50% das despesas finlandesas em I&D, e no ano 2000, contribuiu para 1.6% do PIB finlandês (este valor é inferior a 1% actualmente). Mesmo assim, apesar de a Nokia ter tido um papel fundamental no desenvolvimento do cluster das TIC na Finlândia, é preciso não esquecer que este tipo de empresas de vanguarda não seria possível sem estabilidade social (e macroeconómica), nem sem as políticas tecnológicas levadas a cabo pelos sucessivos governos e parceiros sociais finlandeses.
Por último, a liberalização do sector das telecomunicações finlandês (completada em 1994) prosseguiu deste o final dos anos 80, mesmo em alturas recessiva. Deste modo, as empresas finlandesas deste sector (como a Nokia) ficaram preparadas internamente para a competitividade a nível internacional. Assim, a Nokia, entre outras, tornou-se num “campeão nacional” sem ter sido preciso uma intervenção desmesurada ou artificial do Estado.
Graças ao enorme investimento no cluster das TIC, a Finlândia é actualmente um dos países mais avançados a nível dos desenvolvimentos das novas tecnologias. O sistema educativo finlandês é exemplar, e a Finlândia é, juntamente com a Suécia, o país europeu que mais gasta em despesas de Investigação e Desenvolvimento (I&D), num valor acima dos 3% do PIB.
É claro que para o impressionante milagre finlandês, é preciso não esquecer a contribuição da Nokia. Esta empresa é, por si só, responsável por cerca de 50% das despesas finlandesas em I&D, e no ano 2000, contribuiu para 1.6% do PIB finlandês (este valor é inferior a 1% actualmente). Mesmo assim, apesar de a Nokia ter tido um papel fundamental no desenvolvimento do cluster das TIC na Finlândia, é preciso não esquecer que este tipo de empresas de vanguarda não seria possível sem estabilidade social (e macroeconómica), nem sem as políticas tecnológicas levadas a cabo pelos sucessivos governos e parceiros sociais finlandeses.
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