30 março 2008

ANTÓNIO BORGES

Num dos registos mais lúcidos dos últimos tempos sobre a economia nacional, António Borges dá uma entrevista de fundo ao PUBLICO. Vale a pena ler. Não seria óptimo termos uma oposição assim, com propostas e uma visão para o país? O debate político e económico subiria de tom e a qualidade das propostas aumentaria consideravelmente. É sabido que grandes governos têm quase sempre por trás grandes oposições. Ora, actualmente, independentemente da qualidade do governo, a verdade é que a oposição continua a ser simplesmente patética. Sem propostas, sem visão, sem uma linha de rumo definida. Esperemos que o regresso de António Borges augure algo de novo no debate político e económico.

2 comentários:

Sofia Galvão disse...

Caro Álvaro, partilho a sua esperança. O importante é mesmo a possibilidade de existir algo de novo, que refresque, revigore e refunde.
Mas não tenhamos ilusões. É isso que ameaça, é isso que incomoda. As prontas reacções do 'status quo' à entrevista vieram lembrar a António Borges que existem regras de intervenção no espaço público e que, de entre elas, avultam as que impõem limites estritos ao que se diz e não se diz - aliás, também a quem diz.
É patente que a entrevista de António Borges desagradou aos instalados que, qual verdadeiros donos da bola, logo se uniram em defesa de velhas e tácitas conivências. No fundo, e sem surpresas, continuamos com a máxima de guerra: «se vires alguma coisa a mexer, atira a matar!». E há que entender que este «a mexer» já supõe tratar-se de algo novo e diferente, porque o que vamos tendo caracteriza-se por não mexer nunca.

Alvaro Santos Pereira disse...

Cara Sofia,

Muito obrigado pelo seu comentário. Concordo consigo. O que seria importante é que nos próximos tempos o António Borges e o seu grupo de reflexão apresentasse propostas concretas sobre como retirar a economia do marasmo. Por outro lado, se for caso disso, seria importante se António Borges confrontasse directamente a direcção actual do seu partido, apresentando-se como uma alternativa credível à actual direcção e ao próprio governo.