07 março 2008

POBREZA MUNDIAL


Os países desenvolvidos produzem cerca de 77 por cento da produção total mundial, apesar de possuírem menos de 15 por centro da população mundial. O rendimento médio de um americano é de cerca de $30,000, enquanto o rendimento médio no Chade, na Serra Leoa, ou na Etiópia não ultrapassa os $400. Cerca de dois terços dos habitantes do mundo não têm mais do que $2 por dia para se sustentarem, e mais de metade destes habitantes possuem menos de $1 por dia.
Existem actualmente cerca de 30 milhões de pessoas em risco de morrer à fome um pouco por todo o mundo subdesenvolvido. Os países mais pobres têm taxas de mortalidade infantil que chegam a atingir 200 por mil nados vivos. Mais de 500 mil mulheres africanas morreram na última década devido a complicações durante o parto. A grande maioria destas mortes é devida a falta de recursos elementares, tais como a falta de oxigénio ou a falta de pessoal especializado.
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Como explicar esta desigualdade de rendimentos a nível mundial?
A grande causa das desigualdades extremas de rendimento é o crescimento económico. Há cerca de 200 anos atrás, os países mais ricos tinham um rendimento per capita apenas do dobro dos mais pobres. Desde então, os países desenvolvidos atingiram taxas de crescimento económico per capita acima dos 2 por cento ao ano, enquanto muitos dos actuais países subdesenvolvidos registaram taxas de crescimento abaixo de 1 por cento. A força do crescimento económico composto durante tantas décadas significa que essas diferenças entre as taxas de crescimento foram suficientes para criar um fosso significativo entre os países mais ricos e os mais pobres. Actualmente, os países mais ricos têm um rendimento cerca de 45 vezes maior do que os países mais pobres.
Como os países desenvolvidos registaram taxas de crescimento positivas durante cerca de dois séculos, a desigualdade económica mundial irá persistir durante várias décadas. Se não vejamos. Mesmo se crescesse a 7 por cento ao ano, para que um país como a Índia atingisse os actuais níveis de rendimento per capita dos Estados Unidos seriam precisos cerca de 40 anos (!). Se a Índia crescer a cerca de 3 por cento ao ano, então seriam precisos cerca de 90 anos para um indiano médio desfrutar do rendimento médio americano actual. Para países como o Chade, Angola, Moçambique, entre muitos, muitos, outros, o processo de convergência económico levará muito mais tempo.
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Moral da história: quer gostemos quer não, as desigualdades de rendimentos a nível mundial estão aí para ficar por muito, muito tempo. Nenhuma política de redistribuição poderá resolver efectivamente este problema. Qual é a solução? Só há uma forma de atenuar as desigualdades de rendimentos: os países mais pobres têm que crescer mais rapidamente do que os mais ricos. Este é o desafio económico mais premente e mais importante da economia mundial para as próximas décadas.

1 comentário:

Gi disse...

Segundo uma teoria que ouvi recentemente, é natural que países como a Índia ou a China, ou os países do leste europeu, cresçam mais depressa do que os países desenvolvidos porque têm mais que crescer.

Ou seja, a Europa e a América do Norte já atingiram níveis de desenvolvimento tais que os incrementos são relativamente pequenos, enquanto a Índia, etc, ainda têm muito que progredir, e qualquer progresso tem maior impacto.

Não sei se me consegui explicar (probably as clear as mud). À primeira vista, faz sentido, mas parece contradizer o facto de os países mais prósperos terem crescido mais depressa até aqui.

Quanto aos realmente atrasados (Chade, Moçambique, Timor) parecem nem saber como começar...

O que lhe parece, Álvaro?