A Gi pergunta: "Segundo uma teoria que ouvi recentemente, é natural que países como a Índia ou a China, ou os países do leste europeu, cresçam mais depressa do que os países desenvolvidos porque têm mais que crescer.Ou seja, a Europa e a América do Norte já atingiram níveis de desenvolvimento tais que os incrementos são relativamente pequenos, enquanto a Índia, etc, ainda têm muito que progredir, e qualquer progresso tem maior impacto.Não sei se me consegui explicar (probably as clear as mud). À primeira vista, faz sentido, mas parece contradizer o facto de os países mais prósperos terem crescido mais depressa até aqui.Quanto aos realmente atrasados (Chade, Moçambique, Timor) parecem nem saber como começar...O que lhe parece, Álvaro?"
>A teoria está perfeitamente correcta e está na mesma linha do que as principais teorias de crescimento económico. Esta é a chamada (e famosa) convergência real. Os países ricos têm uma grande abundância de recursos (e de capital, tais como fábricas, edifícios, etc) enquanto os mais pobres têm uma grande escassez. Deste modo, acrescentar uma unidade adicional de capital num país avançado tem um retorno mais pequeno do que num país pobre. Isto é, construir uma fábrica nos Estados Unidos não irá acrescentar muito ao produto nacional americano, enquanto uma nova fábrica no Chade tem um grande impacto.
^
Isto nem sempre se verifica (isto é, a maior parte dos países pobres continua a crescer a taxas mais baixas do que os países ricos), mas é esta lógica que explica (parcialmente) porque é que países como Singapura, a Coreia o Botswana e até Portugal cresceram e crescem a taxas mais elevadas do que as economias mais avançadas.
^
E já agora, é verdade que a maioria dos países pobres "não sabe" (ou "não pode") onde começar, mas esse não é o caso de Moçambique, que é um autêntico milagre económico ou em vias de se tornar. (Dentro de uns dias escreverei um post sobre este tema.)
Sem comentários:
Enviar um comentário