31 março 2008

OS ELOGIOS DE GAMA A JARDIM

Numa atitude pouco habitual, o PS-Madeira criticou publica e severamente Jaime Gama, presidente da Assembleia da República e um histórico do Partido Socialista. Porquê? Porque Gama, contra a corrente dominante, decidiu elogiar publicamente (cruz credo!) João Jardim (abrenúncia!). Segundo o PUBLICO, o PS-Madeira afirma que Jaime Gama “ofendeu todos os cidadãos deste país, particularmente aqueles que, na Região Autónoma da Madeira, têm sido severamente prejudicados, no seu corpo e na sua alma, pelo exercício autocrático do poder regional vigente, já lá vão trinta anos... Elogiar alguém que tem perseguido madeirenses, ofendido sistematicamente os seus adversários políticos, atentado constantemente contra a unidade da Pátria e atacado sucessivamente, muitas vezes de forma boçal, os titulares de órgãos de soberania e os mais altos detentores de cargos políticos deste país é no mínimo uma falta de respeito para com os princípios indeléveis que enformam o socialismo democrático, como sejam a Liberdade e a Democracia, a que todos estão vinculados quando aderem ao Partido Socialista, quanto mais um dos seus fundadores" .
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O que estes(as) senhores(as) não entendem é que Jaime Gama não estava a elogiar a democracia (ou a falta dela) na Madeira. Estava a fazer uma coisa que é rara (raríssima) em política que é elogiar um oponente pela obra feita. Tiro o chapéu a Jaime Gama por esse nobre gesto. Com essa atitude, Gama demonstrou que está acima da politiquice barata e demagógica. O que está em causa não é se João Jardim é mais ou menos boçal, mais ou menos grosseiro, mais ou menos correcto. O que está em causa (e o que é inegável) é que, contrariamente a muitos dirigentes nacionais e incontáveis autarcas, João Jardim tem obra feita. João Jardim vai ficar para a história da Madeira por causa da sua obra, por causa do impressionante desenvolvimento madeirense, não por causa do seu estilo "boçal". Digo isto sem qualquer interesse e/ou favoritismo. Eu até nem gosto do estilo pessoal de João Jardim, mas que é eficaz é, que resulta resulta. E se resulta, porque é que o homem há-de mudar?

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