Amanhã Cavaco Silva inicia a sua visita a Moçambique, e falaremos então sobre o milagre moçambicano. Hoje falemos do Botswana. O Botswana é o exemplo mais conseguido de um milagre económico no continente africano. Nos anos 60, este país era um dos mais pobres em África. Hoje em dia, é um exemplo para ser emulado. Apesar de ser um país com sérias limitações geográficas, o Botswana tem conseguido crescer a taxas verdadeiramente asiáticas nos últimos 30 anos, aproveitando da melhor forma os seus recursos naturais (principalmente diamantes) para alcançar um crescimento sustentado. De assinalar que a existência de diamantes em abundância devia ser um factor negativo para o Botswana, pois a grande maioria dos países pobres sofre da chamada "maldição dos recursos" (em que a existência de recursos como o petróleo ou diamantes dão azo a conflitos e a corrupção). No Botswana a maldição dos recursos não aplica devido às boas políticas económicas dos seus governantes.
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Nomeadamente, o milagre económico no Botswana deveu-se principalmente a uma melhoria da qualidade das instituições e ao combate à corrupção endémica. Assim, desde os anos 60, os governos do Botswana têm-se preocupado com a desburocratização da máquina administrativa estatal e com a desburocratização relacionada com a criação de empresas. Os governos têm também fomentado o estabelecimento de direitos de propriedade bem definidos e de instituições que facilitem as operações do sector privado. Finalmente, os governos lançaram um combate sem tréguas à corrupção e, deste modo, o Botswana é provavelmente o país menos corrupto de África. Todos estes factores foram conjugados num ciclo económico virtuoso, que pode e deve servir de modelo a outros países africanos e asiáticos. Quem disse que de África não vêm boas notícias económicas?
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