29 março 2008

O MILAGRE MOÇAMBICANO _ DN

O meu artigo do Diário de Notícias da última semana:
"Em 1992, quando os acordos de paz foram assinados, poucos acreditavam no futuro de Moçambique. Após 500 anos de colonização e de três décadas de conflitos sangrentos e devastadores, Moçambique parecia um caso perdido, um caso clássico de um país preso nas chamadas armadilhas de conflito e da pobreza.
Quinze anos mais tarde, e contra todas as probabilidades, Moçambique é o exemplo mais nítido de uma África renascida. Um verdadeiro milagre económico. Nos últimos 15 anos, a economia moçambicana cresceu a uma média de 8 por cento ao ano, a pobreza decresceu, os investidores estrangeiros afluíram com entusiasmo ao país, e a indústria cresceu a mais de 20 por cento ao ano.

Sustentado pelo programa de privatizações mais bem-sucedido de toda a África, pela liberalização da economia, pelas exportações industriais, e pelo dinamismo económico dos moçambicanos, Moçambique tornou-se num dos maiores casos de sucesso da economia mundial.
É verdade que ainda há muito para fazer. Afinal, apesar do crescimento sem precedentes, Moçambique ainda é um país extremamente pobre. Os recentes tumultos relacionados com a subida dos preços dos transportes semi-públicos mostram que permanecem desequilíbrios que têm que ser corrigidos. Ainda há riscos e incertezas, as desigualdades sociais e regionais têm que ser atenuadas, a dependência da ajuda externa tem que diminuir e os níveis de pobreza têm que ser reduzidos.
No entanto, o mais difícil está feito. As forças do desenvolvimento económico foram desencarceradas, a jovem democracia mostra sinais de vitalidade e o futuro de Moçambique é verdadeiramente promissor. Como nunca foi.

Como antiga potência colonizadora e como amigo de Moçambique, Portugal pode ajudar a manter este milagre económico. Como? Não só continuando a investir no país, mas também perdoando a dívida moçambicana. Outros países já o fizeram. Chegou a nossa vez de fazer o mesmo. Chegou a nossa vez de acreditar também em Moçambique."

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo consigo (BH)