Segundo o PUBLICO de hoje "A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) considera que a actual escalada do preço do barril de ouro negro escapa aos factores que directamente controla. Vai daí, decidiu-se ontem pela manutenção dos níveis de extracção actualmente em vigor."
Há muita gente (e muitos países) a beneficiar dos elevados preços dos produtos petrolíferos. A OPEP vive actualmente uma autêntica bonança de rendimentos. Para perceber o quão significativo os preços actuais são, só precisamos de nos lembrar que foi há menos de 10 anos que o barril de petróleo estava a 10 dólares. Uma miséria para a OPEP. Hoje custa mais de 100. Como a procura dos produtos petrolíferos não tem deixado de aumentar nos últimos anos (devido ao fenomenal crescimento das economias chinesa e indiana, bem como de outros países em desenvolvimento), a OPEP pensa que esta bonança irá continuar por muitos mais anos.
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Ora, talvez a OPEP devesse repensar esta estratégia. Primeiro, porque preços tão elevados poderão levar à recessão das maiores economias mundiais. Quando há uma recessão, há menos procura dos produtos petrolíferos (pois as pessoas andam menos de carro, a produção de bens e serviços diminui, etc). Por isso, os preços tenderão a baixar. Por outro lado, preços tão elevados levarão à busca de alternativas, de energias que possam substituir os produtos petrolíferos. Se forem bem sucedidas, a procura dos produtos petrolíferos diminuirá, bem como o preço do crude.
Claro que a OPEP sabe disso. Porém, o que a OPEP está apostada é que isto aconteça num futuro bem longínquo. É que riquezas (e preços) como as actuais não se vêem todos os dias. Rendas como as actuais são um autêntico maná para os países produtores. É por isso que a OPEP não tem nenhuma intenção de aumentar a oferta petrolífera. Mesmo que com essa atitude as aumentem as probabilidades de uma recessão das maiores economias mundiais.
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