06 março 2008

O SISMO DE ÉVORA

Ontem, a cidade de Évora levou a cabo uma simulação de um sismo para testar a reacção e o nível de preparação das forças de segurança. Este tipo de iniciativas é de louvar e de copiar. Apesar de nos esquecermos frequentemente, Portugal é um país com um risco considerável de ser sujeito a sismos de intensidade elevada. E se é certo que sismos com a intensidade do de 1755 não se prevêem para os próximos séculos, também não deixa de ser verdade que tanto Lisboa como o Algarve são zonas de alto risco para sofrerem sismos com uma intensidade acima dos 6 graus na escala de Ritcher. Sismos desta intensidade já fazem muito dano, principalmente se a construção for deficiente e/ou as populações não estiverem minimamente preparadas para a sua ocorrência.
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Este é exactamente o caso de Portugal. As nossas construções frequentemente são feitas sem quaisquer preocupações de segurança sísmica, não são inspeccionadas a nível de resistência sismíca, e o planeamente urbano deixa muito a desejar. A grande maioria dos nossos filhos não recebe qualquer tipo de ensino e/ou de instruções sobre como reagir em caso da ocorrência de um terramoto. Poucas cidades seguem o exemplo de Évora a nível de simulacros de sismos. Poucas cidades, vilas e aldeias estarão preparadas em caso de uma catástrofe.
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Com efeito, a nível de protecção sísmica nós levamos ao extremo o nosso terrível costume de remediar em vez de prevenir. Temos uma cultura reactiva, enquanto os países mais avançados se primam por ter culturas preventivas. Há que mudar este estado de coisas. Reagir por vezes não basta. Há que prevenir. E não há nenhuma área em que a prevenção seja mais importante do que no planeamento de possíveis catástrofes naturais. Sendo um país com um risco sísmico tão elevado, seria de todo o interesse que os exemplos de Évora fossem mais e mais repetidos um pouco por todo o sul do país (a zona com maior risco).

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