14 março 2008

A FUTILIDADE DA GREVE


Mais um dia, mais uma manifestação. A nona (!!!) da administração pública desde que o actual governo tomou posse. Mais uma paralisação organizada pelos grevistas profissionais da CGTP. A este ritmo, um dia destes batemos os campeões mundiais das greves, os iluminados dos franceses. Ora, o que eu gostaria de perguntar a esses(as) senhores(as) é o que é que alcançaram em 8 greves? O que é que esperam alcançar com mais uma greve? Será que 9 chegam? Precisaremos de mais 9 para o governo mudar de atitude? Para a opinião pública mudar de opinião? Não me parece... E se é assim, para que é que serve mais uma greve? Para nada. Uma greve nestes moldes é simplesmente um exercício de futilidade.

Se o Estado fosse uma empresa privada (oh heresia!, oh pecado mortal!), com tanta greve, os grevistas já tinham tido um destino. Como o Estado é o Estado, se for preciso os grevistas ainda têm direito a fazer ponte. E com direito a subsídio de almoço e tudo.


PS. Note-se que eu não sou contra greves, nem muito menos contra os funcionários públicos. O que eu me oponho veementemente é esta instrumentalização e esta banalização do direito à greve. Como se o país não tivesse mais nada em que se preocupar.

2 comentários:

João do Lodeiro disse...

Tem toda a razão. As greves devem ser o último recurso. Não devem ser banalizadas à sexta-feira. Eu defendo o direito à greve e penso que, pela forma como somos governados, não vejo alternativa ao incremento das ditas. Infelizmente. Faltam os tais pactos sociais, como aconteceu na Irlanda, onde os impostos baixaram, a subsidio-dependencia acabou, as reformas na educação foram feitas com os professores, a corrupção generalizada banida... e por aí fora, não é? Cá, e no caso dos professores, por exemplo, sendo a reforma abominável e indigna, é natural que se façam greves até às últimas consequências. Como a dos argumentistas nos EUA, por exemplo. Porque são justas!

Alvaro Santos Pereira disse...

Caro JP,

Concordo consigo que os pactos sociais deviam ser uma prioridade do governo, dos sindicatos e das entidades patronais.
Sem pactos sociais é difícil estabelecer uma estratégia e uma visão de longo prazo. Os pactos sociais seriam também uma forma de diálogo entre as partes interessadas, o que poderia fazer diminuir o clima de instabilidade social

Cumprimentos

Alvaro