08 novembro 2010

MERCADOS E ELEIÇÕES INTERCALARES

O Diário Económico fez-me um pequeno questionário sobre a reacção dos mercados accionistas às eleições intercalares nos Estados Unidos. Aqui estão as minhas respostas:

DE_ De que forma o resultado das eleições intercalares nos EUA poderão influenciar os mercados accionistas? 
Sinceramente, não acho que as eleições terão um efeito muito grande nos mercados. Mais do que os resultados eleitorais, penso que o recente anúncio da Fed sobre as novas medidas de estímulo terão um impacto ainda maior, pois é um sinal muito claro que a economia americana ainda não recuperou totalmente. 
DE_ As 180 empresas pertencentes ao S&P500 que apresentaram as suas contas, cerca de 80% bateram as estimativas dos analistas e 60% ultrapassaram as estimativas de vendas. Este é um sinal de que o pior já terá passado no mercado accionista dos EUA?  
É verdade que os resultados têm sido melhores do que o esperado. No entanto, penso que ainda é cedo para saber se o pior já passou. Provavelmente não. Há inúmeros estudos que mostram que as crises financeiras e bancárias como as que estamos a atravessar têm um efeito recessivo prolongado nas economias. Por isso, é bem possível que as incertezas e que as dúvidas permaneçam por mais algum tempo.
DE_ Quais são os principais problemas que a economia dos EUA enfrenta actualmente?
Os principais problemas são o desemprego e a elevada dívida pública. A duração do desemprego está a aumentar, e a crescente dívida pública começa a ter um impacto negativo sobre o crescimento da economia americana.
DE_ Como avalia a nova fase de ‘quantitative easing’ anunciada hoje por parte da Fed? Será caso para temermos fortes pressões inflacionistas no curto prazo no mercado?
Sinceramente, acho que é cedo para nos estarmos a preocupar com a inflação. O grande problema por enquanto é a estagnação ou uma retoma frágil. Por isso, não temo que a inflação suba no imediato. Não quer dizer que tal não venha a acontecer mais tarde, mas por enquanto não. Dito isto, é importante perceber que a nova fase de “quantitative easing” não é uma boa notícia, pois a Fed decerto não tomaria uma decisão tão polémica e arriscada se não estivesse verdadeiramente preocupada com a evolução da economia no futuro mais próximo.

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