A crise irlandesa vai-se aprofundando. Depois da grave crise bancária e do rebentamento da bolha imobiliária das propriedades comerciais, parece ter chegado a vez das famílias proprietárias de casas, que sentem cada vez mais dificuldades para efectuar os pagamentos dos seus empréstimos bancários. Em 2010, cerca de 4,6% das famílias com empréstimos imobiliários já não conseguem pagar as mensalidades das suas casas. Já há quem diga que esta situação se vai agravar e que entre 10% e 20% das famílias irlandesas poderão vir a perder as suas casas, pois não estarão em condições de pagar os seus empréstimos imobiliários e/ou encontrar-se-ão numa situação em que o valor dos seus empréstimos é bastante mais elevado do que o valor das suas casas, o que as levará a declarar a bancarrota. Se tal acontecer, o mercado imoboliário irlandês levará outro rombo, o que terá enormes consequências para o já debilitado sistema bancário do país.
É por isso que há já quem diga que esta nova vaga de bancarrotas (agora ao nível das famílias) poderá ser a gota de água final que levará a Irlanda a uma situação de incumprimento e/ou ao reescalonamento da sua dívida, sendo então forçada a pedir a activação do fundo de estabilização europeu. E se tal acontecer à Irlanda, será certamente muito difícil que nós consigamos ter uma sorte diferente.
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