Quando Bill Clinton concorreu pela primeira vez à presidência americana, decidiu colocar uma tarja no seu escritório a dizer "É a economia, estúpido!" para que nunca se esquecesse do tema que devia dominar a campanha eleitoral. A razão para o ter feito é simples: havia então a tentação de falar de tudo e de mais alguma coisa menos da escalada do desemprego e do sofrível desempenho da economia americana nesse ano. E foi assim que, Clinton se tornou num verdadeiro obstinado durante essa campanha eleitoral, mencionando constantemente a crise económica em todas as ocasiões e instantes. E foi assim que ganhou.
Ora, agora que vamos entrar formalmente em campanha, seria bom que os partidos da oposição emulassem o exemplo de Clinton e denunciassem sem cessar os verdadeiros problemas nacionais, que são estruturais, mas que foram altamente agravados devido à irresponsabilidade e à incompetência deste governo. Mais precisamente, os partidos da oposição não deviam deixar passar um minuto, um segundo sequer, da campanha eleitoral em que não falassem dos dois problemas mais graves que assolam o nosso país: o desemprego gritante e o elevadíssimo endividamento da nossa economia. É mais do que patente que este governo foi completamente incapaz de lidar com estes assuntos e não tem o mínimo de estratégia sobre como os resolver. E é exactamente por isso que o governo prefere fingir que estes problemas não existem ou que não merecem a pena ser discutidos na campanha eleitoral.
Ora, seria bom que toda a oposição se unisse contra este lamentável estado de coisas e, em todas as ocasiões e instantes, não se cansasse de repetir os lamentáveis factos do nosso desemprego e do nosso endividamento. Assim, quando o governo tentar desviar as atenções dos(as) portugueses(as) com acusações e com desculpas sem sentido, os partidos da oposição deviam imitar Clinton e responder imediatamente: "É o endividamento, pá!", "É o desemprego, pá". Quando o governo tentar resgatar a campanha para temas menores, a oposição devia logo retorquir: "É o endividamento, pá!", "É o desemprego, pá". E quando o governo tentar descartar-se das suas responsabilidades alegando que a crise nacional se deve somente à crise internacional (quando todos os nossos problemas têm origens bem mais remotas), os partidos da oposição deviam logo acusar: "É o endividamento, pá!", "É o desemprego, pá". É que mais do que discussões de cabeças de listas, de quanto deve subir este ou aquele imposto, ou quanto é que devem descer as contribuições sociais, o que está em causa nas próximas eleições é responsabilizar os que nos levaram (quase) à bancarrota, bem como apresentar caminhos alternativos para o país.
E é por isso que o desemprego e o endividamento deviam dominar por completo a campanha eleitoral. A razão é simples: o excessivo endividamento (público e privado) é o constrangimento e a maior ameaça da economia nacional nos próximos tempos, enquanto o desemprego rompante é uma autêntica tragédia nacional. Neste sentido, e para que nunca nos esqueçamos do que está em causa, vale a pena relembrar mais uma vez os principais factos do endividamento e do desemprego:
Ora, seria bom que toda a oposição se unisse contra este lamentável estado de coisas e, em todas as ocasiões e instantes, não se cansasse de repetir os lamentáveis factos do nosso desemprego e do nosso endividamento. Assim, quando o governo tentar desviar as atenções dos(as) portugueses(as) com acusações e com desculpas sem sentido, os partidos da oposição deviam imitar Clinton e responder imediatamente: "É o endividamento, pá!", "É o desemprego, pá". Quando o governo tentar resgatar a campanha para temas menores, a oposição devia logo retorquir: "É o endividamento, pá!", "É o desemprego, pá". E quando o governo tentar descartar-se das suas responsabilidades alegando que a crise nacional se deve somente à crise internacional (quando todos os nossos problemas têm origens bem mais remotas), os partidos da oposição deviam logo acusar: "É o endividamento, pá!", "É o desemprego, pá". É que mais do que discussões de cabeças de listas, de quanto deve subir este ou aquele imposto, ou quanto é que devem descer as contribuições sociais, o que está em causa nas próximas eleições é responsabilizar os que nos levaram (quase) à bancarrota, bem como apresentar caminhos alternativos para o país.
E é por isso que o desemprego e o endividamento deviam dominar por completo a campanha eleitoral. A razão é simples: o excessivo endividamento (público e privado) é o constrangimento e a maior ameaça da economia nacional nos próximos tempos, enquanto o desemprego rompante é uma autêntica tragédia nacional. Neste sentido, e para que nunca nos esqueçamos do que está em causa, vale a pena relembrar mais uma vez os principais factos do endividamento e do desemprego:
FACTOS DO ENDIVIDAMENTO:
_ A dívida pública não está longe dos 100% do PIB (a mais elevada dos últimos 160 anos)
_ A dívida externa já ultrapassa 2,3 vezes toda a produção nacional num ano (a maior desde 1892, quando entrámos em bancarrota)
_ A dívida externa portuguesa é quase 8 vezes maior do que as exportações anuais do nosso país
_ A dívida das famílias ronda os 135% do rendimento disponível
_ A dívida das empresas já ultrapassou os 150% do PIB
_ Entre 40% e 50% de todo o endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado.
_ Entre 40% e 50% de todo o endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado.
FACTOS DO DESEMPREGO:
_ 690 mil desempregados
_ 365 mil desempregados de longa duração
_ 200 mil de trabalhadores desencorajados de procurar emprego e que, por isso, não entram para as estatísticas do desemprego
_ A taxa de desemprego é de 12,4%. Essa taxa de desemprego era somente de 6,6% no início de 2005.
_ A taxa de desemprego jovem ronda os 28%
_ A taxa de desemprego jovem ronda os 28%
_ A taxa de desemprego só não é superior a 15% há alguns anos, porque centenas de milhares de portugueses optaram por emigrar na última década.
Para a campanha, pouco mais interessa do que estes factos.
Para a campanha, pouco mais interessa do que estes factos.
5 comentários:
E contudo José Sócrates argumenta que em todos os países europeus aumentou a dívida (pública e privada), como consequência da crise internacional. Assim como o desemprego, que em países como Espanha e Alemanha atinge níveis bastante mais elevados do que em Portugal.
Como responder a esta argumentação?
Nota: E não falta "É o crescimento, pá?"
Ajuda Externa justificada já em 2010, diz o Banco de Portugal
http://notaslivres.blogspot.com/2011/05/devido-socrates-e-ao-ps.html
O resto (PEC4, demissão do Governo, crise política) é apenas a gota que fez transbordar o copo já cheio. Que assim, felizmente, abateu a teimosia de Sócrates em direcção ao incumprimento.
Espero que Passos Coelho tenha tido tempo de ler este teu artigo.... como preparação para o debate de hoje com o Socrates!!! É facil fazer cair a propaganda do PS/Socrates, com um discurso simples e eficaz, para que o POVO entenda....
Um abraço,
MiguelPinaGil
Muito bem apanhado! Mas será que temos oposição capaz de fazer o que é preciso fazer: cortar nos privilégios dos senhores instalados (Só o Gabinete do PM gasta mais de 4 milhões, com 20 motoristas, mais de 400 automóveis, dezenas de assessores, etc.; e o Presidente gasta mais de 18 milhões ao ano; etc.; etc.), cortar nos privilégios dos bancos, CGD incluída (O BCP gastou, em 2009, 26 milhões em remunerações dos seus quadros!), etc., etc., e investir o montante que vem do FMI e UE, nas empresas que produzem bens transacionáveis e os exportam? - Não creio! Nenhum me parece capaz de o fazer e, portanto, merecer o meu voto. Então, a minha aposta é na abstenção e forçar o Presidente a formar um governo de independentes credíveis, com um PM possível da área do partido mais votado, mas não nenhum dos artistas que por lá andam à caça de votos com beijinhos às crianças e peixeiras... Assim, creio, iríamos a porto certo. Para já, pois, o problema de fundo é muito mais amplo e global! (Veja-se o meu blog http://ummundolideradopormulheres.blogspot.com) As manifestações de jovens que enchem as praças das cidades dão-me razão!
O primeiro anónimo é ignorante.
Na Alemanha o desemprego é dos mais baixos da europa. está em 6,7. O crescimento foi o mais alto da Europa no ano passado.
Jorge Rocha
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