Alguns leitores perguntaram que tipo de infra-estruturas defendo para o país. O livro debate esta questão com algum detalhe no capítulo da competitividade, que refere os dois princípios fundamentais para uma política futura de infra-estruturas. Aqui está um execerto dessa parte do livro:
"Perante o lamentável estado financeiro do país e sabendo os efeitos nefastos que o novo Fontismo provocou à economia nacional, nos próximos anos, devíamos implementar duas regras de ouro para as nossas obras públicas:
1) As obras públicas só se deveriam realizar se contribuírem para melhorar a competitividade das exportações nacionais. Ou seja, as obras públicas só deveriam avançar se as obras em causa diminuírem os custos de contexto das exportações nacionais, e
2) As obras públicas só deveriam ser aprovadas se o seu financiamento estiver assegurado. Transferir o pagamento total das obras públicas para o futuro através de engenharias financeiras tais como as parcerias público-privadas é não só desonesto, mas também pouco ético. Por isso, uma nova política económica devia garantir que o esforço financeiro na construção de infra-estruturas essenciais ao país fosse partilhado pelas gerações e governos presentes e não só pelas gerações e governos futuros. Fazê-lo é um princípio da mais elementar equidade geracional."
2) As obras públicas só deveriam ser aprovadas se o seu financiamento estiver assegurado. Transferir o pagamento total das obras públicas para o futuro através de engenharias financeiras tais como as parcerias público-privadas é não só desonesto, mas também pouco ético. Por isso, uma nova política económica devia garantir que o esforço financeiro na construção de infra-estruturas essenciais ao país fosse partilhado pelas gerações e governos presentes e não só pelas gerações e governos futuros. Fazê-lo é um princípio da mais elementar equidade geracional."
Na minha opinião, as únicas infra-estruturas que respeitam estes princípios são: 1) a aposta na bitola europeia nos nossos principais corredores ferroviários (que será importante para reduzir os custos das exportações), e 2) a requalificação dos nossos portos. Destes, o investimento em bitola europeia/mista devia ser altamente prioritário, até porque os nossos vizinhos espanhóis já o começaram a fazer. Nos próximos tempos, voltarei a falar aqui nestes assuntos.
5 comentários:
Caro Álvaro Santos Pereira,
A auto estrada transmontana ( A4) de Amarante a Bragança, mais a construção do túnel do Marão no seu entender é uma boa obra pública e prioritária?
No meu entender sim e passo a explicar;
daqui por ano e meio vai haver uma paragem do AVE 30km de Bragança, 15 de Vinhais,Bragança tem o maior aeródromo do país, desta forma madrid vai ficar muito mais "perto" do que lisboa, o distrito de Bragança com mais km de fronteira com a Espanha, no distrito de Vila Real e«e Bragança vivem 350 mil habitantes potencias utilizadores da futura A4.
Sobre o túnel do Marão, podia falar sobre as vitimas do IP4, bem como de demora quando há neve para sair de trás os Montes, já demorei mais de 6 horas só para fazer a viagem de 35km entre vila real e Amarante.
O resto das obras públicas é meter na gaveta e quando tivermos dinheiro fazer o tgv, mas só quando houver dinheiro não agora...
O resto das obras públicas é meter na gaveta e quando tivermos dinheiro fazer o tgv, mas só quando houver dinheiro não agora...
A resposta está dada !!! Só obras públicas que sejam rentáveis via exportações e/ou de financiamento assegurado.
Deixemo-nos de egoísmos, das mortes, se demora 6 horas, se gasta mais tempo ou combustível. É por estas e por outras que chegámos onde chegámos, por vaidade, por incompetencia de quem governou, por corrupção nas obras pública e não só !Se se produzir, gaste-se mas sempre com margens de segurança. É assim nas famílias, é assim nas empresas e tem que ser assim no Estado, não há volta a dar-lhe !
Caro António,
Como não vive em Trás - os - montes é não conhece a região é normal que pense assim,
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