19 maio 2008

AS EXTERNALIDADES DAS GREVES _ Comentários dos Leitores (12)

A propósito do último post sobre as greves, António Parente comenta "Bom, parece-me que não gosta muito da CGTP. Se assim é, a diminuição da credibilidade "deles mesmos" devia deixá-lo feliz mas parece que não é assim. Fico intrigado."
Caro António Parente,
Muito obrigado pelo comentário. Não sou contra sindicatos. Muito pelo contrário. Acho que são fundamentais para o bem-estar social e são instrumentais nas relações laborais. As centrais sindicais também fazem sentido economicamente, visto que está provado que a centralização sindical é mais eficiente a nível salarial, bem como para o sucesso da concertação social. O problema da CGTP é que está permanentemente no contra, qualquer que seja o partido que esteja no poder. A diminuição da credibilidade da CGTP (quando insistem em convocar greves por tudo e por nada) não me deixa satisfeito, porque quem perde é o país. As greves têm vários custos, alguns privados outros públicos. Quanto uma greve geral é convocada não só perdem os visados (os grevistas e os seus empregadores), mas também muitos outros sectores e agentes económicos. Isto é, há externalidades negativas quando estas greves acontecem: os grevistas imputam custos (monetários e outros) a outras pessoas que nada devem às greves. Por exemplo, quando há uma greve dos transportes públicos, há muita gente que não pode ir trabalhar ou é forçada a chegar tarde ao trabalho. Como os grevistas não pagam a estas pessoas por estas inconveniências, numa greve há sempre custos que ficam por pagar. Se a greve for geral, maior são estes custos. Ora, quando uma central sindical insiste em marcar greves gerais (ou "grandes" manifestações") a torto e a direito, maiores são estas externalidades negativas. Mesmo que a credibilidade das centrais sindicais (a CGTP neste caso) diminua com o número de greves convocadas, os custos para o país aumentam com o número de "grandes" manifestações realizadas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado pela sua resposta. Ao contrário do Álvaro não gosto dos sindicatos actuais nem da CGTP e sou trabalhador por conta de outrém.

Alvaro Santos Pereira disse...

Obrigado António