16 maio 2008

O FOLHETIM DA FEIRA DO LIVRO

O folhetim da Feira do Livro continua. A Câmara de Lisboa já veio a público anunciar que a realização do evento não está em causa, mas também ameaçou cortar subsídios à organização do evento se as duas associações de editores não se entenderem. Pois bem. Em que é que ficamos? Provavelmente a Feira vai-se realizar, a Leya consegue meia vitória, e as batalhas e as acusações irão continuar durante e depois da Feira.
Já agora, aproveito a deixa para ressuscitar o post que escrevi no final de 2007. Um dos meus votos para 2008 era que se começasse a pensar na realização de um festival literário internacional. É certo que já há o Correntes de Escritas. Porém, a existência de um festival não impede a realização de um outro. Além do mais, o que eu proponho é um festival literário nos moldes dos que já se realizam noutros países. E já agora, um festival que se realize em Lisboa (ou no Porto). Aqui está um pequeno extracto desse post:
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"Penso que o que há a fazer para alterar este estado de coisas é mudar modelo. Não é que as Feiras do Livro estejam necessariamente condenadas. Estão é esgotadas. O seu modelo já não resulta. Já não atrai. Já não vende. Qual é a alternativa? Muito simples: mudar de modelo. Inovar. Copiar os outros. Noutros países o modelo seguido nas últimas décadas tem sido o do festival literário, no qual escritores de vários países confluem a uma cidade ou localidade para falar sobre as suas obras, bem como para interagir com os leitores. Claro que há sessões de autógrafos. Claro que há palestras. Claro que há debate. Acima de tudo, há uma saudável e estimulante troca de ideias. Há o redescobrir de escritores. Há conhecimento de novas escritas. De novas correntes de escrita.Penso que é chegada a hora de fazermos o mesmo. E nem é preciso sermos demasiado megalómanos. Para ter sucesso, não precisamos necessariamente de atrair os Paul Austers, os Roths, os Pamuks, ou os Rushdies do mundo. Poderá que o consigamos, mas não é necessário, pelo menos no início. Lá chegará o tempo. Para começar, poderíamos organizar um festival literário das letras lusófonas. Um festival de Saramagos, de Lobos Antunes, de Agualusas, de Mias Coutos, bem como doutros autores menos conhecidos. Para o alcançar, é preciso que existam pessoas interessadas a organizar tal evento. É preciso arranjar mecenas. É preciso angariar apoios. É preciso dinamismo e inovação. Esperemos que sim. Que existam. Acima de tudo, é preciso vontade e dinamismo. Ficam aqui os meus votos para que, em 2008, comecemos a pensar organizar um Festival Literário Internacional em Portugal, um evento que verdadeiramente fomente a divulgação literária neste país de tão poucos leitores."

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