Se da oposição não vêm grandes ideias sobre como tirar a economia do marasmo, do governo as coisas não parecem muito melhores. Teixeira dos Santos continua a insistir na mesma tecla: restrição orçamental e défice orçamental a descer. Não necessariamente através da contenção das despesas, mas através de um aumento das receitas. O ministro não o diz, mas é que o que se tem passado nos últimos anos. Ainda estamos bem longe da almejada redução estrutural da despesa pública.
Mas diz mais. Segundo o PUBLICO, Teixeira dos Santos "recusou ontem a aplicação de "políticas financeiras populistas" e o "recurso a paliativos" para enfrentar a actual conjuntura económica de abrandamento a que se assiste em Portugal. Numa intervenção realizada durante um almoço da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, Teixeira dos Santos disse que a redução da despesa pública e a correcção do défice devem ser as prioridades da política económica do Governo, parecendo colocar de lado a hipótese de responder à crise através de políticas mais expansionistas como o corte dos impostos ou o aumento da despesa."
Ou seja, continuemos a preocuparmo-nos em agradar Bruxelas e deixemos de arranjar maneiras para acabar com o marasmo económico do país. Uma estratégia muito acertada, sim senhor...
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PS. Note-se que não sou contra a consolidação orçamental. Muito longe disso. No entanto, continuar agarrado à obsessão do défice numa altura em que esta pseudo-crise se arrasta há quase uma década parece-me completamente despropositado e desnecessário.
6 comentários:
Meu caro, ninguem anda mais que aquele que nao sabe para onde vai, é assim na vida, é assim na politica!
Um abraço
Cajo
quer me parecer que neste governo ninguem percebe nada de economia. Passo a explicar. Qualquer aluno que tenha tido uma cadeira de introducao a economia sabe que existem tres politicas que o "governo" pode uar no curto prazo para ajudar a economia de uma situacao menos desejada. Essas politicas sao
a) politica monetaria
b) politica fiscal
c) politica cambial.
De momento nenhuma destas politicas se encontra disponivel para a economia portuguesa ( e a maioria das outras economias da UE) a Politica monetaria e conduzida pelo BCE, que por sinal tem como principal preocupacao a inflacao.
a politica fiscal esta limitada pelas imposicoes do defice
a politica cambial... bem essa deixou de existir aja algum tempo.
Neste contexto a) e c) estao completamente fora de questao pois sao conduzidas pelo Banco central, BCE mais concretamente. Perante este cenario so resta o uso da politica fiscal, mas com a excessiva preocupacao do defice continuamos a ir pelo "bom caminho" de que e necessario aumentar as receitas sem muita preocupacao com as depesas. Sera isto resultado de que da mais trabalho fazer uma revisao do que se passa na casa governamental? ou sera que e mais dificil acabar com os jobs for the bys criados a ja algum tempo.
independentemente disto parece-me que a consolidacao orcamental e fundamental, mas desperate times reuire desperate measures. Assim sendo pergunto-me se nao seria vantajoso para a economia portuguesa
a) conter as despesas governamentais nao productivas, e simultaneamente reduzir a carga fiscal. Note-se que no longo prazo o investimento na educacao na formacao de Human capital e indispensavel para que a economia seja competitiva e para que a economia continue a crescer. este tipo de despesas sao altamente productivas, mas os seus efeitos apenas se veen no medio-longo prazo.
Diz-nos a teoria economica, que a reducao fiscal acompanhada por uma contecao das despesas, deve gerar um aumento da receita fiscal. Simplisticamente, a reducao da carga fiscal, leva a um aumento da procura e necessariamente a um aumento da actividade economica, i.e. aumento do PIB. Este aumento do PIB podera e devra ser suficiente para aumentar as receitas fiscais que o governo consegue obter. se a isto juntarmos a contencao/ reducao das despesas nao productivas a situacao do defice podera ser controlda e mesmo melhorada.
Este tipo de politica foi implementada pelo presidente americano George Bush... so se esqueceu de controlar as despesas e por isso o efeito desejado nao foi o alcancado. mas era exactamente esta ideia de dynamic scoring que o presidente tentava alcancar.
a meu ver este tipo de politica seria altamente benefica para Portugal. O grande problema e qu significaria que o governo teria que iniciar a tao necessaria reforma sooner rather than later
O que a economia portuguesa necessita e sem duvida de uma grande "revolucao estrutual". Muita coisa tem que mudar, mas sera que este tipo de mudanca e mais facil em tempo de vacas gordas. Implementar politicas de longo prazo mantendo esta obsessao excessiva com o defice, e por isso mesmo nao prestando qualquer atencao ao curto prazo e absolutamente fundamentalista.
a verdade e que o crescimento da economia e fraco, se se mexer nos impostos as coisas melhoraram... mas se nao se exer nas despesas... bem o caso sera o que ja se viu anteriormente. ate quando podera o governo implementar estas medidas de aumentar receitas atraves dos imposts?
e escabrose pensar que cerca de 1/5 do preco dos bens consumidos em portugal e para financiar o governo. grade "sorte" do governo e que ao contrario do que acontece nos EUA o preco que aparece na "prateleira" ja inclui o imposto e por isso as pessoas nem se apercebem uanto pagam de imposto. Nos EUA o preco dos bens nao inclui o imposto, e desta maneira uma pessoa tem a perfeita nocao do queesta a pagar. se este fosse o caso em Portugal, quer me parecer que ja teria havido a tao necessaria revolucao.
assim sendo so resta dizer... viva a ignorancia, nao so do povo mas essencialmente dos governantes...:)
peco desculpa pelos meus erros de caligrafia mesmo anonimo
Cajó
Obrigado pelo comentário.
Abraço!
Alvaro
Anónimo,
Obrigado pelo comentário. Tem razão, sem dúvida. Aliás é isso que tenho vindo a defender também. Irei pegar na deixa dos seus comentários para um novo post dentro em breve
Abraço
O pior é que até agora, apesar das palavras bonitas do Sr.teixeira dos Santos, a redução do deficit tem sido quase exclusivamente feito à custa do aumento das receitas. O que significa que asw empresas e familias continuaram de baixo de pressão. O que significa por um lado o desvio de recursos do sector privado para o sector padoublico impedindo a retoma do stor privector privado. Por outro lado esta política é também um forte sinal desincentivador porque denota uma total insensebilidade relativamemte às dificuldades porque passa o sector privado. É que não basta ao Governo criar estimulos fiscais para fazer a economia crescer.É necessário haver um discurso de apoio e de compreensão ao sector privado. É necessário que o empresário não sinta que só serve para pagar impostos. É que de alguns anos a esta parte, desde que começõu a obcessão do deficitparece que a unica utilidade do empresário é ir de encontro às politicas do governo.
E isso não é estimulante.
António
Concordo inteiramente consigo. Ainda não conseguimos uma redução das despesas estruturais. E também concordo que deve haver um maior apoio (na desburocratização, no apoio aos empresários empreendedores, etc) do governo aos empresários, principalmente as PMEs
Abraço
Alvaro
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