26 maio 2008

O POPULISMO DEMAGÓGICO

Pedro Passos Coelho pediu ao governo para baixar o imposto sobre os combustíveis sob pena da "economia portuguesa entrar num colapso completo". Colapso? Completo? Que colapso??? Por causa do choque petrolífero? Se formos dramáticos, até podemos argumentar que o choque petrolífero (e a subida dos preços alimentares) ameaçam arrastar a economia nacional para uma recessão. Mas, daí ao colapso há um mundo inteiro...
Para além do mais, há que se ser coerente. Se se baixa um imposto, que despesa é que se corta para compensar essa menor receita estatal ou que imposto sobre em contrapartida?
Por outro lado, porquê os impostos dos produtos petrolíferos? Porquê não o IVA ou o IRS ou o IRC?
Finalmente, quem nos garante que uma hipotética descida do imposto sobre os combustíveis iria beneficiar os consumidores? Quem nos afiança que os produtores e revendedores dos produtos petrolíferos iriam baixar os preços dos combustíveis após a descida dos impostos?
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Até se pode simpatizar com Passos Coelho e com a sua imagem fresca (apesar de Passos Coelho ter uma longa história partidária) e jovem na política portuguesa. No entanto, não é assim que se conquista a credibilidade necessária para a liderança do principal partido da oposição. Passos Coelho devia perceber que não é o populismo barato que nos vai levar a lado nenhum. Até o próprio Santana Lopes, populista por natureza, se insurgiu contra as promessas de Passos Coelho...

1 comentário:

Ivaz disse...

Sem duvida que estar a esta altura a pedir baixa de impostos é loucura ou demagogia barata, por muito que nos custe.
Mas também me parece ser verdade que o "povo" gostava de ver algum esforço adicional no lado da despesa do sector publico para sentir que não está só nesta maratona de "apertos de cinto"...