Mais um dia, mais uma "grande" greve anunciada pela CGTP. Desta feita será uma "grande" manifestação dos trabalhadores contra as revisões do novo Código do Trabalho, a realizar no dia 5 de Junho. Mesmo que se aceitem as razões de mais esta greve, já não têm conta o número de acções e manifestações contra o governo organizadas por esta central sindical nos últimos meses. Claramente, os dirigentes da CGTP não pensam como economistas (oh sacrilégio!). Se pensassem, facilmente percebiam que estas greves constantes não levam a nada ou, no máximo, a muito pouco.
^Há uma lei na Economia que todos os alunos aprendem no primeiro ano. Chama-se a lei dos rendimentos decrescentes e que nos diz que se aumentarmos um factor produtivo enquanto os outros permanecem constantes, mais cedo ou mais tarde a produtividade baixa. Por exemplo, suponhamos que eu tenho uma terra para cultivar e que eu decido comprar um tractor. obviamente, a compra da máquina irá fazer aumentar a produção consideravelmente e a produtividade cresce. Se eu decidir comprar um segundo tractor para o cultivo dessa mesma terra, o aumento de produção que vou obter com o novo tractor será menor do que aquele obtido com o primeiro tractor. Se eu continuar a comprar mais e mais tractores para cultivar a mesma terra, posso chegar a uma altura em que os tractores batem constantemente uns nos outros, e nada é produzido. Isto é, há rendimentos decrescentes na aplicação de tractores para o cultivo da minah terra.
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Esta lei tem bastantes aplicações, inclusivamente para a análise das greves da CGTP. Se esta central sindical decidir convocar uma greve "justa" num determinado ano, é provável que o impacto seja grande, tanto a nível de adesão como junto da opinião pública nacional. Porém, se depois dessa iniciativa bem sucedida, a CGTP decidir convocar mais uma greve ("justa", é claro) e mais uma e mais outra e ainda mais outra, então mais cedo ou mais tarde a eficácia das greves é diluída e o propósito das manifestações desaparece. A partir de certa altura, os únicos a irem às manifestações são os militantes do PCP e da CGTP. Mais ninguém. Isto é, quanto mais greves forem convocadas pela CGTP, menos impacto essas greves irão ter. Toda a gente percebe isso, menos os dirigentes da CGTP. Será que esses(as) senhores(as) não entendem que tantas greves só servem para diminuir a credibilidade deles mesmos?
1 comentário:
Bom, parece-me que não gosta muito da CGTP. Se assim é, a diminuição da credibilidade "deles mesmos" devia deixá-lo feliz mas parece que não é assim. Fico intrigado.
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