Os últimos números do recente terramoto na China não param de aumentar. Já se fala em 50 mil mortos, dezenas de milhares de feridos e centenas de milhares de desalojados. O governo chinês já destacou mais de 50 mil soldados para ajudar nas tarefas de recuperação de sobreviventes (e dos corpos) e de assistência às vítimas. Mais de 400 barragens foram afectadas, algumas das quais apresentam falhas preocupantes. Como o epicentro do terramoto aconteceu numa região remota e ainda por cima bastante pobre, há ainda várias localidades quase isoladas do exterior. Vários relatos dão conta que algumas localidades perto do epicentro foram literalmente completamente destruídas, bairro após bairro após bairro.
Apesar da tragédia, a China tem aproveitado o terramoto para melhorar a sua imagem junto da comunidade internacional, abrindo incondicionalmente as portas da região aos jornalistas estrangeiros e aceitando ajuda logística e humana do exterior. Depois da repressão no Tibete e os consequentes protestos associados à chama olímpica, as autoridades chinesas têm sabido gerir bastante bem à compaixão externa associada ao terrível terramoto que assolou o sul da China, exibindo um grau de abertura pouco habitual no regime chinês. Seria bom que esta abertura continuasse com os Jogos Olímpicos e depois, mas é pouco provável que tal aconteça. Pelo menos por enquanto.
1 comentário:
Concordo consigo, Álvaro, parece-me que os governantes chineses têm sabido destrinçar o essencial do acessório (na perspectiva deles) e feito um excelente trabalho de relações públicas.
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