16 maio 2008

A INCONGRUÊNCIA DO CALVINISTA

José Sócrates já veio a público desculpar-se por ter fumado no voo para Caracas. O primeiro-ministro desculpou-se, mas parece que fê-lo mais por conveniência política do que por convicção. Segundo ele, o episódio foi lamentável, porque foi aproveitado pelos seus inimigos políticos para o atacarem "pessoal e politicamente" (o que é que ele estava à espera? que o aplaudissem?), acusando-os ainda de serem uns autênticos "calvinistas políticos". Para além da afirmação politicamente incorrecta do primeiro-ministro (com contornos pejorativos contra os calvinistas), o que sobressai destas afirmações é que José Sócrates não entendeu a incongruência das suas acções. Se o seu governo introduziu uma lei do fumo (e fez bem, no meu entender), como é que tem autoridade para exigir que os portugueses não fumem em público se ele próprio não o faz?
O primeiro-ministro (PM) revelou que pensava que não estava a fazer nada de mal ou de errado, pois estava num voo fretado. Pois é. Está certo. Porém, o PM esquece-se que o avião é um espaço público, onde viajavam fumadores e não fumadores. Mesmo que o voo fosse fretado, José Sócrates devia ter-se lembrado que os exemplos que vêm de cima são importantíssimos para que as coisas funcionem bem cá mais abaixo. Ao esquecer-se desta evidência, José Sócrates foi incongruente e elitista, pois tal atitude pressupõe que as leis são distintas para os governantes e para os governados. Não são nem nunce deviam ser.

2 comentários:

antonio disse...

Mas não é evidente que as leis são diferentes para governantes e governados? Atente-se por exemplo às reformas dos deputados. Ou à noticia do fim de semana em que o impoluto sr.governador do Banco de Portugal acaba de promover um colega que desde há 8 anos estava destacado noutra entidade e não prestava serviço no BP.O mesmo senhor que quando é recebido pelo sr. presidente da républica lhe recomenda moderação salarial para os portugueses.

Pode haver ainda alguma duvida de que as leis para governantes e governados são chocantemente diferentes?

Noticia da noite. O investimento directo estrangeiro em portugal caiu de 2006 para 2007 não 10%, não 20%, não 30%, não 40%, não 50% mas sim 55%!!! Como diz o nosso presidente, há que ser optimista e acreditar na bcapacidade dois portugues......

Alvaro Santos Pereira disse...

Olá António

Obrigado pelo comentário. Segui a sua deixa e já falei sobre o investimento estrangeiro

Obrigado

Alvaro