22 outubro 2010

AUSTERIDADE TARDIA

Se quisermos perceber porque é que os malvados dos mercados não acreditam mais em nós, basta ler o artigo mais recente da insuspeita The Economist. Habitualmente bastante comedida nas suas críticas e nas suas análises aos países estrangeiros,  a revista é extremamente crítica à estratégia do governo português de tentar adiar medidas de austeridade que já tinham sido implementada por todos os outros países europeus em dificuldades. E a análise do Economist não poderia ser mais clara: a austeridade chegou tardia, as medidas tomadas no PEC I e no PEC II foram insuficientes, e o primeiro ministro foi, nas palavras da revista, "forçado a aceitar o seu erro". Um erro que, como é óbvio, todos iremos pagar bem caro com os juros mais caros que nos são solicitados pelos nossos financiadores internacionais.
Ainda segundo a revista (e a OCDE e o FMI e a grande maioria dos economistas), a única solução para sairmos desta crise passa não só a austeridade a curto prazo, como também pela implementação um conjunto de reformas estruiturais que melhorem a competitividade da economia portuguesa (ao nível do mercado de trabalho, da Justiça e da Educação). Aqui está um cheirinho do artigo do Economist:
"Now Mr Sócrates has been forced to accept his mistake with a new austerity package at least as tough as Spain’s... 
Painful austerity is an essential condition for lasting growth, but it is not enough on its own. According to the OECD, the only way for Portugal to improve competitiveness, reduce its debt burden and fulfil its growth potential is through structural reforms: tackling the inflexible labour market, improving the schools and boosting the efficiency of the legal system. Portugal may at last have bowed to the markets but there are plenty more battles to come."

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