25 outubro 2010

MÁ PUBLICIDADE


Se há coisa que devíamos dispensar neste momento é má publicidade. Portugal tem estado nas bocas do mundo pelas razões erradas, e, por isso, seria bom que houvesse um pouco mais de cuidado com a imagem do país. No entanto, bom senso é algo que escasseia neste momento entre nós. Só assim é que se justifica convidar Hugo Chávez para visitar o país para que este nos possa "ajudar" (as palavras dele são dele). Assim, e como é reportado em vários media mundiais, assinaram-se contractos, prometeram-se parcerias e visitaram-se fábricas. Resta saber se os contractos serão cumpridos, se as parcerias vão para a frente ou se as visitas darão algum fruto. Daqui a uns meses saberemos.
Entretanto, seria bom que entendessemos de uma vez por todas que visitas destas (e o espectáculo mediático que as rodeia) não são nada abonatórias para o nosso país. Aliás, ter Chávez a visitar Portugal numa altura em que os outros países nos têm em muito pouca conta (pois vêem-nos com pouca credibilidade, face o descontrolo da despesa pública) é um péssimo cartão de visita. Pior que Chávez só se fosse Mugabe, o Querido Líder norte-coreano, ou Ahmadinejad. 
E, como é óbvio, estas coisas não passam despercebidas. Como uma influente publicação norte-americana sublinhou, o recente périplo internacional de Chávez foi extenso e variado:

"Yesterday he [Chávez] was in Syria. Wednesday he was in Iran. That was after visiting Russia, Belarus, and Ukraine. Now he is off to Libya and Portugal."
Estamos, sem dúvida, em boa companhia. Com amigos destes, quem precisa de inimigos (isto é, dos "malvados dos mercados")?

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