Mais um aviso do Financial Times sobre a necessidade de haver acordo no Orçamento do Estado:
"Failure by the minority government to reach an agreement with the main opposition party would push Portugal closer to a Greek-style bail-out, increasing the risk of a wider European crisis."
Vale a pena reparar que a comparação com a Grécia já não é feita de forma hipotética ou de uma maneira subliminar. Agora, a comparação é explícita e sem rodeios. Por que será? Porque o descontrolo despesista registado ao longo deste ano retirou-nos toda e qualquer tolerância, e toda e qualquer credibilidade junto dos principais media mundiais e dos mercados internacionais. É por isso que tem de haver acordo sobre o Orçamento. O Orçamento pode ser mau, mas, como já aqui referi, uma não aprovação do mesmo será certamente visto pelos mercados internacionais como a gota de água para nos tornarmos numa nova Grécia. Por isso, por enquanto, o compromisso entre os dois principais partidos é essencial para evitar uma situação ainda pior do que a actual.
Já agora, vale a pena referir que o artigo do FT sublinha ainda que o endividamento nacional está intrinsicamente ligado ao problema de competitividade das nossas exportações. Nas palavras de um analista:
“The problem with Portugal is not only fiscal... Beyond this, there’s a nagging competitiveness issue”. Nem mais. E, mais uma vez, é lamentável este Orçamento seja totalmente omisso em relação a esta matéria.
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