09 março 2011

SALÁRIOS MÉDIOS EM 2008

Uma das melhores e mais ricas fontes estatísticas do mercado trabalho português é-nos dada pelos Quadros de Pessoal, que são compilados pelo Ministério do Trabalho. Entre outras coisas, ficamos a saber as remunerações médias em Portugal em toda uma série de sectores e actividades. É isso que podemos ver no quadro abaixo, que apresenta os salários médios ordenados por ordem descendente (i.e. dos mais elevados para os mais baixos). É interessante constatar que os trabalhadores do sector dos produtos petrolíferos, do tabaco e da electricidade (e gás), e dos produtos farmacêuticos são os que auferem as maiores remunerações médias. Em contrapartida, os trabalhadores dos sectores têxteis, do calçado e do mobiliário têm os rendimentos médios mais baixos, chegando inclusivamente a ser inferiores aos recebidos no sector agrícola. A remuneração média mensal em Portugal no ano de 2008 era de 846 euros.

Quadro _ Salário médio mensal em 2008 (em euros)
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Salário médio mensal em 2008
Fabric. de coque, prod. petrolíferos refinados e aglomerados de combustíveis 2,463.3
Indústria do tabaco 1,720.5
Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 1,717.6
Fab. de produtos farmacêuticos de base e de  preparações farmacêuticas 1,680.5
Actividades de informação e de comunicação 1,556.4
Activ. organismos internacionais e outras instituições extra-territoriais 1,511.3
Actividades financeiras e de seguros 1,507.8
Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas 1,306.4
Fabr. prod. químicos e fibras sintéticas/artificiais, excepto prod. farmacêuticos 1,274.9
Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 1,146.4
Fab. equip. informáticos, equip. p/ comunicações e prod. electrónicos e ópticos 1,061.4
Indústria das bebidas 1,054.7
Fabricação de equipamento eléctrico 1,032.3
Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos 1,031.3
Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos 1,008.0
Educação 986.3
Transportes e armazenagem 967.3
Fab. veículos automóveis, reboques, semi-reboques e comp. p/ veíc. automóveis 930.5
Actividades imobiliárias 917.1
Fabricação de outro equipamento de transporte 915.9
Administração pública e defesa; segurança social obrigatória 910.8
Indústrias metalúrgicas de base 901.4
Fabricação de máquinas e de equipamentos 882.4
Captação, tratam. e distrib. água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição 873.9
REMUNERAÇÃO MÉDIA 846.1
Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas 839.4
Impressão e reprodução de suportes gravados 826.4
Fabrico de outros produtos minerais não metálicos 823.9
Indústrias extractivas 822.4
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veíc. automóveis e motociclos 813.5
Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e equipamentos 781.0
Indústrias transformadoras 776.7
Actividades de saúde humana e apoio social 752.1
Outras actividades de serviços 750.2
Ind. madeira e cortiça e suas obras, exc. mobiliário; fabr. cestaria e espartaria 729.1
Construção 729.0
Outras indústrias transformadoras 724.4
Actividades administrativas e dos serviços de apoio 713.6
Indústrias alimentares 706.8
Fabricação de têxteis 635.0
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 625.0
Alojamento, restauração e similares 617.6
Fabrico de mobiliário e de colchões 592.6
Indústria do couro e dos produtos do couro 558.7
Indústria do vestuário 523.8

3 comentários:

Carlos Pereira disse...

"produtos petrolíferos, do tabaco e da electricidade (e gás)e dos produtos farmacêuticos são os que auferem as maiores remunerações médias".
Porque será? - Aos preços que praticam ao consumidor, que lhes permite lucros elevados, bem podem pagar bons salários.

Guillaume Tell disse...

Curioso: os salários médios mais elevados estão em atividades do sector não-transacionável, ou onde o produto ofercido não é diferenciado...

(Sinal das a evolução da economia nacional de há 19 anos para cá?)

CCz disse...

Interessante mesmo era conhecer os desvios-padrão em cada sector.
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De certeza que iriam secundar as conclusões de um dos Nobel da Economia de 2010, Dale Mortensen: A distribuição de produtividades dentro de um mesmo sector económico é maior que a distribuição de produtividades entre diferentes sectores económicos.
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E isso deita por terra todas as políticas top-down destinadas a fomentar o aumento da produtividade.
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Empresas com produtividades superiores podem pagar salários superiores.