O New York Times tem hoje um artigo muito interessante sobre o trabalho do cientista espanhol (naturalizado americano) Francisco Ayala, que defende o diálogo entre a ciência e a religião. Sendo um ataque ao fundamentalismo do criacionismo, Ayala advoga que a religião não deve renegar a teoria da evolução. Muito pelo contrário. Segundo ele, a teoria da evolução deve fazer parte da base da própria teologia.
Ainda assim, Ayala acha (e bem, digo eu) que é um disparate ensinar o criacionismo juntamente com a teoria da evolução. Neste sentido ele afirma: "We don’t teach alchemy along with chemistry. We don’t teach witchcraft along with medicine. We don’t teach astrology with astronomy.” Por isso, porquê ensinar o dogmatismo do criacionismo lado a lado com os preceitos da ciência?
Por outro lado, Ayala não considera que haja necessariamente um conflito entre a ciência e a religião. Segundo ele, “Science and religion concern nonoverlapping realms of knowledge... It is only when assertions are made beyond their legitimate boundaries that evolutionary theory and religious belief appear to be antithetical.” Sem dúvida, um livro a comprar.
3 comentários:
Eu não sou religiosa, a minha opinião sobre os deuses é, na melhor das hipóteses, a de Epicuro e Lucrécio, mas acho curiosas estas discussões que julgo terem muito mais lugar nos USA do que na Europa. Ou pelo menos na Europa do Sul.
Por outro lado, choca-me que nenhum candidato à presidência dos USA seja ateu, ou no mínimo agnóstico, e que seja mais fácil considerar a candidatura de um mórmon do que a de um ateu.
Tem razão Gi. Já é possível ter um presidente negro nos EUA (contrariamente à Europa), mas não um ateu (ou ateia) assumido(a). Na Europa é exactamente o contrário
Alvaro
Vamos ver, Álvaro, vamos ver se é possível ter nos EUA um presidente negro...
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