Já aqui falámos várias vezes do supereuro (por exemplo, aqui e aqui) e do impacto que uma moeda forte europeia tem na economia. Agora, a doença portuguesa (relacionada com a coexistência de uma moeda forte e a falta de competitividade de muitos sectores produtivos) ameaça repetir-se noutros países, tais como a Itália (cuja economia está ainda mais debilitada do que a portuguesa) e a Espanha (menos grave). É inevitável. Em momentos de crise, haverá sempre a tentação para alguns países deixarem cair o euro e regressarem às suas moedas nacionais. Pelo menos enquanto o euro for jovem, enquanto a memória das moedas nacionais permanecer. Neste contexto, vale a pena ler este texto do New York Times, que realça um dos dilemas dos países que adoptaram o euro: a da assimetria política existente no seio da moeda única. É possivel imaginar uma situação em que países como a Espanha ou a Itália decidem abandonar a moeda única. Porém, será mesmo possível (ou aconselhável) para um país pequeno como Portugal abandonar o euro? Esta é uma incógnita cuja resposta é difícil de dar, mas que quase certamente será negativa. Como afirma um analista nesse artigo citado: “There will be lots of talk about Spain and Italy leaving the euro, but the weak cannot afford to leave”. Nem mais.
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