Depois de serem detectados novos focos de "infecção" na região de Coimbra, o governo decidiu suspender as exportações de "material sem garantias fitossanitárias por causa do problema do nemátodo do pinheiro". Em termos menos técnicos, este nemátodo do pinheiro é conhecido no Canadá como o escaravelho do pinheiro e tem causado uma desvastação sem precendentes nas extensas florestas canadianas, principalmente nas províncias de British Columbia (onde resido) e de Alberta (vizinha da primeira). Os canadianos já gastaram milhões e milhões de dólares para combater a praga, mas sem grande resultado. E nem o frio canadiano tem dado frutos. Por onde passem estes insectos, as florestas simplesmente morrem. Por mais que se cortem e se tentem conter, a verdade é que ainda não existe nenhum remédio eficaz que combata tal praga. Nem o abate de pinheiros nem quaisquer pesticidas resultam. A única solução encontrada? O frio. No Canadá, a única coisa que mata tais bichos é o frio. Os escaravelhos morrem com as baixas temperaturas e o seu ciclo reprodutivo é interrompido. Estas são as boas notícias.
As más notícias é que o frio que estamos a falar não é o frio que temos em Portugal. Somente temperaturas abaixo de 30 graus negativos durante vários dias é que resultam contra esta praga. Por isso, a ameaça que estes insectos representam é muito, muito séria. Este problema tem o potencial para destruir as nossas florestas de pinheiros e arruinar a indústria madeireira, bem como as comunidades que dependem desta indústria. Esperemos que não, mas este problema pode ser tão ou mais grave para as florestas portuguesas quanto os tradicionais incêndios do Verão.
2 comentários:
O problema do escravelho não se reflete apenas nos pinheiros. Na minha casa no Algarve tinha uma palmeira imponente que acabou de morrer atacada pelo escravelho. Este escravelho tem uma autonomia de 3km e não há meio quilómetro no Algarve sem uma palmeira. Já tenho visto muitas dezenas infectadas. Só na minha urbanização há pelo menos umas 20 infectadas. Já escrevi para a Câmara que diz que tem feito o que lhe é possível. Contudo a prevenção seria fundamental e eu não vi nenhuma campanha para sensibilizar os donos dos muitos milhares de palmeiras existentes no Algarve. E há muitos que desconhecem o problema até ser demasiado tarde.É pena porque há um tratamento preventivo. Só o betão interessa às câmaras algarvias. Betão esse que já está a causar problemas pois cresce muito mais do que a procura. E por acaso alguém sabe que o turismo algarvio depende em 50% do mercado inglês o que lhe dá uma dependência e fragilidade tremendas? Apesar de todas as alarvosidades que muitos dos responsáveis têm o costume de debitar cá para fora.Caro Álvaro, vá estando atento ao que se passa no turismo algarvio.
Caro António
Muito obrigado pelos seus pertinentes e estimulantes comentários (como sempre). Irei responder-lhe a todos ainda hoje ou amanhã.
Entretanto, um abraço
Alvaro
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