Mais um dia de primárias na América. À primeira vista, os resultados foram os esperados: Barack Obama ganhou a Carolina do Norte e Hillary Clinton venceu em Indiana. Deste modo, parecia que tudo iria continuar na mesma, que a corrida democrata iria permanecer sem decisão aparente. Porém, apesar da tendência ter sido a esperada, a magnitude dos resultados não foi. As últimas duas semanas foram terríveis para Obama e parecia que Clinton tinha finalmente encontrado uma mensagem e um discurso que agradava ao eleitorado. Nos últimos dias, Hillary apareceu crescentemente descontraída e confiante, enquanto Obama viu-se obrigado a justificar mais uma vez as suas ligações com o seu antigo pastor e conselheiro espiritual. Contra as melhores previsões, Obama ganhou a Carolina do Norte por mais de 15 pontos percentuais e quase, quase ganhou em Indiana.
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Com excepção dos "staffers" de Clinton, todos, mas mesmo todos os analistas já dão como garantido que Obama ganhou a nomeação democrata. Agora, é mesmo só uma questão de tempo para Clinton ter que sair da corrida. Pelo que parece, a senadora de Nova Iorque está a passar por um momento de reflexão, visto que cancelou a sua participação nos talk-shows da manhã seguinte às eleições. Mesmo assim, é provável que Clinton (lutadora como é) permaneça na corrida por mais duas ou três semanas. Nas próximas semanas, é muito provável que ganhe na Virgina Ocidental e no Kentucky, mas deverá perder em Oregon, que talvez será a última paragem na campanha de Hillary. Até lá, muitos dos chamados super-delegados irão declarar o seu apoio a Obama, tornando uma hipotética de Hillary efectivamente impossível.
Para além das opiniões dos analistas, o sintoma mais revelador de Clinton ter perdido (e Obama ter assegurado) a nomeação foi-nos dado por Bill Clinton e pela sua filha Chelsea. Durante o discurso de Hillary, Bill parecia um defunto. Chelsea estava profundamente emocionada, fazendo tudo por tudo para evitar as lágrimas enquanto a mãe falava.
Finalmente, dentro em breve, os democratas poderão concentrar-se na corrida contra os republicanos. Já é mais que tempo que tal aconteça.
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